A Sons da Frente é uma nova produtora de eventos que se apresenta hoje, 30 de Junho, às 21h30, no Club Farense, com dois concertos a cargo de Luís Severo e Ernesto Leite. Para 2018 a promessa é a apresentação de um primeiro grande «evento».
Por agora, esta primeira iniciativa, além de ser grátis, é dirigida essencialmente à imprensa e convidados. Ainda assim também é possível conseguir convites através das páginas da empresa, mas esses estarão limitados à lotação da sala.
Luís Severo regressa à capital algarvia para mostrar o segundo registo homónimo, depois de o ano passado ter apresentado no Teatro das Figuras “Cara d’Anjo”: o seu primeiro trabalho.
O sucesso conseguido com a estreia reforçou a pressão colocada sob o artista num segundo disco. «Senti o medo e a pressão quando ainda estava a compor o disco. Um segundo trabalho pode ser a confirmação de que se é bom ou de que não se é bom e que o sucesso inicial foi um engano», confidenciou o músico ao Musicália-Sul Informação.
O novo trabalho tem tido uma boa aceitação com atuações de Norte a Sul de Portugal e com destaque em algumas rádios nacionais.
Luís Severo mostra a preocupação em não se repetir e em se superar a cada registo. «Acho que me estou a conseguir superar a cada novo álbum. Isto é feito aos poucos. Não sou uma pessoa muito iluminada: que em cinco minutos faça a melhor canção de sempre. As coisas levam tempo a fazer; demoro muito tempo a fazer novas canções e tento que cada nova canção seja superior às anteriores», disse.
A pressão que sentiu, colocada na elaboração de um novo trabalho, não é garante de sucesso. Por isso o autor decidiu não deixar a sorte ditar o resultado final e apostou em mudar o processo e a forma de composição.
«Como não há garantia de que um novo álbum é superior, optei por ter a certeza de que iria ser, pelo menos diferente: mudei os músicos com quem estive a tocar em disco, mudei de estúdio, e até mudei o método de composição, passando a compor primeiro a música e só depois a letra. Não fiquei há espera de que ficasse diferente, por obra sabe-se lá de quê», adianta Luís Severo.
A opção em tornar o segundo disco homónimo existiu desde o início, mas só se concretizou no processo final. Sendo fã e admirador de cantautores, o músico tem como referência que se um disco é muito íntimo ou um marco na carreira do seu autor, é elegível a esse galardão.
Com o seu disco foi um pouco das duas questões, mas houve outra que também ajudou à escolha. «Eu ainda ponderei outros nomes, mas o facto de não ter encontrado um que me soasse bem, também ajudou a confirmar a ideia de que já tinha que este seria um álbum homónimo», confidencia o músico.
Luís Severo apresenta-se em trio, acompanhado pelos seus habituais “compinchas”, Diogo Rodrigues e Bernardo Álvares, com piano, guitarra, bateria, percussão, baixo e contrabaixo. O concerto irá concentrar-se no novo trabalho, mas “Cara d’Anjo” também marcará presença.
Quanto a Ernesto Leite, cantor, autor, produtor e compositor, que já se trabalhou com Rita Guerra, Mafalda Arnauth ou Adelaide Ferreira, apresenta-se em sexteto.
Quanto a este primeiro evento servirá, então, de apresentação e antecede outros projetos em desenvolvimento, com nomes de referência da música nacional em diversos estilos. A promessa passa pela apresentação de um primeiro grande «evento, com uma certa dimensão, para o Algarve, em 2018, “dentro de portas”» explica José Abel Cruz, diretor da Sons da Frente ao Musicália-Sul Informação.
A Sons da Frente afirma, assim, que o seu investimento reflete a consciência das potencialidades agregadoras de Faro, considerando que o Algarve merece uma oportunidade forte e dinâmica em termos de descentralização de concertos, eventos e programação cultural de impacto nacional, numa aposta que se irá concentrar fora da época estival.
«Não estamos a pensar no Verão, pois o Algarve já têm muita coisa e ainda não se quebrou o conceito de praia e discotecas. Vamos calmamente marcando o terreno positivamente. Independentemente de todas as outras empresas que já estão no terreno, é de salutar a existência de alternativas e criatividade» afirma José Abel Cruz, diretor da sons da Frente ao Musicália-Sul Informação.
José Abel Cruz foi responsável, por exemplo, pela programação do Centro Cultural Espace Julien de Marselha, tendo também trabalhado com nomes como Pop Dell’Arte, Ena Pá 2000, Paco de Lucía, Seal, Maria Bethânia.