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Os hospitais do Algarve – Faro e Portimão – encerraram o serviço de Urgência de Ortopedia durante o dia de sábado e um dos serviços tem apenas um médico este domingo, enquanto o outro bloco estará encerrado.

A denúncia foi feita pelo deputado social-democrata Cristóvão Norte, que considera a situação como «da maior gravidade», pois «determina que os episódios de urgência sejam desviados para hospitais de Lisboa ou, em alternativa, para hospitais privados da região».

Para o parlamentar algarvio, estes factos são reveladores da «descoordenação e incapacidade de assegurar oferta assistencial adequada para os cidadãos».

Estas falhas têm sido «progressivamente mais recorrentes no Centro Hospitalar do Algarve e agudizam-se em pleno Verão, época em que a região regista uma população residente e visitante na ordem de um milhão de pessoas, para as quais não há pronta resposta, mas sim uma degradação dos serviços», acrescenta Cristóvão Norte.

Mas não é só na Ortopedia que há falhas no CHA. Na passada sexta-feira, o Correio da Manhã revelava que, na especialidade de infecciologia, apenas existe apoio «das 09h00 às 19h00, de segunda a sexta-feira».

O motivo, acrescenta aquele jornal diário, é a falta de médicos, que levou o Centro Hospitalar do Algarve (CHA) a adotar uma organização de contingência para o Verão.

«Divulgado a 28 de junho, o plano é, no entanto, alvo de muitas críticas. Assinada pelo diretor clínico Carlos Santos, a circular que estabelece a organização de contingência, em vigor de 1 de Julho a 30 de Setembro, reconhece “situações em que não há escala” de Ortopedia», diz ainda o CM.

Quanto à Infecciologia, «por incapacidade de recursos humanos para uma escala de 24 horas, fará o apoio da especialidade das 09h00 às 21h00, de segunda a sexta-feira, a todo o internamento e a todos os setores da Urgência». Mas depois, foi mesmo feita uma adenda que limita este apoio das 09h00 às 19h00.

Por outro lado, para fazer face à falta de médicos, os utentes referenciados para as «especialidades de Cirurgia Geral, Ginecologia/Obstetrícia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Ortopedia e Neurocirurgia, depois de triados, serão encaminhados diretamente para a respetiva especialidade», segundo aquele plano.

O deputado algarvio Cristóvão Norte sublinha que «face ao perigar dos padrões de assistência mínima e condigna dos cidadãos», o Ministério da Saúde deve adotar «medidas urgentes, designadamente a transferência extraordinária das especialidades em falta para o Algarve, de molde a conter esta restrição, a qual se está a fazer sentir de modo particularmente severo e penalizador para os cidadãos, os quais ficam mais longe da saúde e, por isso, mais desprotegidos».

Entretanto, para tentar fazer face à falta de médicos que se agudiza no Verão, quando a população passa dos habituais 500 mil para mais de 1 milhão, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve está a pedir médicos de várias especialidades para trabalharem nos hospitais de Faro e Portimão e nos centros de saúde da região durante os meses estivais.

A solução é a mobilidade a tempo parcial – por dois ou três dias, por exemplo, fazendo o resto da semana no serviço habitual – ou que tenham uma segunda habitação no Algarve e que antes ou depois de um período de férias queiram continuar na região a trabalhar enquanto a família continua de férias.

Mas até agora o plano não tem estado a dar resultados suficientes, como se constata pelas dificuldades acrescidas deste fim de semana.

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