Portugal atingiu este ano um número record de águas balneares interiores, com 97 praias, das quais apenas duas têm qualidade má: Prado Faial, em Vila Verde, e Navarra, em Braga.
Os números são revelados pela Quercus, que acrescenta que houve um acréscimo de praias interiores classificadas com qualidade excelente (atinge agora 69% das águas interiores classificadas), apesar de ainda se estar longe do estado das praias costeiras onde 95% das águas balneares classificadas são excelentes.
Segundo a Quercus, ao contrário do ano passado, nenhuma água balnear costeira foi classificada como “má”.
No entanto, refere a associação, 23 águas balneares, 13 das quais interiores, estão ainda sem classificação, por serem novas e ainda não haver o período mínimo de acompanhamento que permita a sua classificação ou porque está a decorrer uma reavaliação da sua qualidade.
Do total de 543 zonas balneares, 29 praias têm o uso limitado, nomeadamente por situações de risco associado à estabilidade das arribas, mais seis que no ano passado.
A Quercus manifesta-se, por isso, «satisfeita pela melhoria da qualidade verificada e pelo maior número de praias interiores que assim permitem diversificar o lazer por zonas interiores do país com enorme interesse paisagístico, natural e também cultural e socioeconómico».
Considera, porém, que «continua a existir alguma vulnerabilidade à poluição nas águas interiores, nomeadamente no que diz respeito às falhas no saneamento básico e aos problemas de gestão da bacia hidrográfica, os quais estarão na origem de análises com elevados índices de poluição, como aconteceu nas duas praias agora classificadas como más, sendo que, em muitos dos casos, continua a não ser possível identificar uma causa evidente».
De acordo com a legislação comunitária, até à época balnear de 2015 terão de deixar de existir quaisquer praias com má qualidade.
Como consultar a qualidade da água balnear?
A informação sobre a classificação das praias em termos de qualidade da água e os resultados das análises ao longo da época balnear é centralizada e disponibilizada de forma fácil e expedita pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), através do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH).
Porém, com a época balnear já em curso em diversas praias, «não há ainda nenhuma informação de análises realizadas», denuncia a Quercus, acrescentando que espera que «isso venha a acontecer muito em breve dada a importância que a internet tem como instrumento de informação ao público».
«Os utilizadores de uma praia devem também acompanhar os resultados mais recentes relativos à qualidade da água balnear através das análises cujos resultados obrigatoriamente deverão ser disponibilizados à entrada ou junto dos apoios de praia», acrescenta a associação.