A Merial acaba de lançar no mercado europeu, a primeira e única vacina contra a raiva para gatos, sem adjuvante. Esta vacina foi especialmente concebida para corresponder às expetativas dos veterinários preocupados com a segurança das vacinas, assegurando simultaneamente uma proteção rápida e eficaz contra a raiva, doença que continua a representar um risco na Europa.
Todas as vacinas antirrábicas disponíveis até aos dias de hoje e que podem ser aplicadas em gatos, são inativadas e com adjuvantes, de forma a induzir níveis mais altos de imunidade. Contudo, vários especialistas concordam agora que é preferível o recurso a vacinas sem adjuvantes nos gatos, induzindo uma resposta imunitária forte e completa.
Segundo Pedro Fabrica, médico veterinário, “alguns estudos questionam a segurança do uso de adjuvantes nas vacinas para gatos, dado que estas originam uma forte reacção inflamatória e persistente no local da injeção, e onde posteriormente se podem desenvolver tumores, por este motivo faz sentido usar vacinas sem adjuvantes que minimizam o risco de inflamação”.
A fórmula desta nova vacina é uma inovação exclusiva da Merial, que recorre à última tecnologia em vacinas, produzindo uma resposta imunitária forte e duradoura, sem necessidade de um adjuvante, limitando assim a ocorrência de inflamação no local de injeção. A eficácia e segurança da nova vacina felina antirrábica têm sido comprovadas em vários estudos desenvolvidos, abrangendo mais de 1.000 gatos de diferentes idades e raças.
Embora a raiva tenha sido erradicada de vários países europeus, são registadas ainda várias ocorrências da doença, regularmente diagnosticadas em morcegos infectados com um vírus específico [Lyssavirus (EBLV)], que é transmissível a carnívoros domésticos. A vacinação antirrábica continua a ser a melhor forma de proteger os gatos desta doença.
A nova vacina antirrábica felina sem adjuvante permite uma vacinação eficaz e segura, sendo complementar à única gama completa existente de vacinas felinas sem adjuvantes da Merial.
O que é a Raiva?
A raiva é uma doença, atualmente extinta em Portugal, devido à vacinação obrigatória em cães, instituída no país e ao papel ativo do Médico Veterinário na erradicação da doença.
Contudo, nunca é demais relembrar que a facilidade de circulação fronteiriça pode possibilitar a entrada de animais infetados, oriundos de países de maior risco.
É uma doença infeciosa, causada por um vírus, género Lyssavirus que se instala e se multiplica, inicialmente, nos nervos periféricos e depois no sistema nervoso central e nas glândulas salivares, onde se propaga.
Os animais de estimação (cão e gato) são as principais fontes de transmissão da raiva aos seres humanos. No entanto, outros mamíferos como os bovinos, suínos, equinos ou animais silvestres, como o rato e o morcego, por exemplo, são potenciais transmissores se tiverem sido infetados através da mordedura ou lambedura da mucosa ou pele lesionada por um outro animal raivoso.
No início, os sintomas são inespecíficos como febre, cefaleia, mal-estar, anorexia, náusea e dor de garganta. Também ocorrem alterações de sensibilidade no local da mordedura, com formigueiro, adormecimento, prurido ou dor.
Depois instalam-se os sinais e sintomas neurológicos, como ansiedade, desorientação, alucinações, convulsões desencadeadas por estímulos táteis, auditivos ou visuais e morte.