Dois charcos temporários situados num terreno municipal na Samouqueira, em Vila do Bispo, vão ser alvo de ações de conservação, numa iniciativa conjunta da Câmara local e da Liga para a Proteção da Natureza (LPN), no âmbito do projeto LIFE Charcos.
Para isso, o presidente da Câmara Adelino Soares e Tito Rosa, presidente da LPN, assinaram esta segunda-feira um protocolo de colaboração que tem como objetivo a conservação desses dois charcos temporários, que têm como habitante, entre outros, o Triops vicentinus, uma espécie de camarão pré-histórico que só existe nesta zona do Sudoeste.
O protocolo define os termos de colaboração do município de Vila do Bispo com a LPN na implementação do plano de execução das ações a realizar nos charcos temporários existentes no terreno da Samouqueira, nomeadamente na «gestão do estado de conservação favorável dos charcos temporários, na monitorização do impacte destas ações de gestão e na colocação de painéis informativos».
O município de Vila do Bispo irá colaborar, também, na execução de algumas intervenções do projeto LIFE Charcos que decorram no concelho, em apoio à LPN ou aos parceiros do projeto, como ações de restauro daqueles espaços ou ações de sensibilização ambiental.
As duas entidades comprometem-se ainda a colaborar, durante e após a execução do projeto, na conservação dos Charcos Temporários mediterrânicos, nomeadamente através de iniciativas complementares a este projeto.
O objetivo é «implementar medidas de gestão do habitat nestes espaços para evitar a sua degradação, assegurar a sua manutenção e melhorar o estado de conservação a longo prazo».
«Sensibilizar a população para as boas práticas para assegurar a conservação do charcos e demonstrar as ações de conservação para incentivar e fundamentar políticas públicas de aplicação de medidas de apoio adequadas à sua gestão e conservação» são outros dos objetivos a alcançar com a assinatura deste documento.
O Projeto LIFE Charcos visa a conservação de um habitat prioritário, os Charcos Temporários Mediterrânicos, que se encontra cada vez mais ameaçado devido à sua fragilidade ecológica e desconhecimento do seu valor natural. As formas de gestão do território, nomeadamente a intensificação da agricultura industrializada, constituem um dos principais e mais recentes fatores de declínio deste habitat.
Para mais informações sobre o projeto, consulte o http://lifecharcos.lpn.pt/