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O mês de Junho irá contar com dois quartos crescentes, uma das melhores fases para a observação lunar. Mas, devido à translação da Terra ao redor do Sol, estas duas efemérides dar-se-ão em dois pontos do céu ligeiramente diferentes.

Ao início da primeira madrugada do mês, a Lua situar-se-á com Júpiter junto aos ombros da constelação Virgem. Já ao anoitecer de dia 30, iremos vê-la aos pés desta constelação. De notar que esta é a mesma distância que parecerá ter sido percorrida pelo Sol no céu entre estes dois eventos.

Na noite de dia 3, a Terra atinge o seu afélio: o ponto da órbita mais afastado do Sol. No entanto, como nesta altura do ano o hemisfério norte terrestre está voltado na direção do Sol, no nosso país, os dias são mais longos e mais quentes do que aqueles que tiveram lugar aquando do periélio (a maior aproximação ao Sol) há meio ano.

Perto do final da madrugada de dia 5, iremos observar Vénus nascendo a alguns graus a Sul do aglomerado estelar das Plêiades, na constelação do Touro.

Apesar de, para a maioria das pessoas, só sete das suas estrelas mais brilhantes serem visíveis a olho nu (daí ser conhecido como o Sete-Estrelo), trata-se de um conjunto de centenas de estrelas a cerca de 440 anos-luz de nós, que nasceram da mesma nuvem de gás e poeiras há cerca de cem milhões de anos.

 

Na madrugada de dia 7, a Lua passará ao lado de Saturno, planeta que, por estes dias, se põe pelas quatro horas da madrugada. Duas madrugadas depois (i.e., dia 9), terá lugar a Lua Cheia.

A seu turno, por volta de dia 10, Mercúrio será visto ao anoitecer junto ao aglomerado estelar do Presépio (também conhecido como Colmeia), na constelação do Caranguejo.

Três dias antes do quarto crescente, isto é na noite de dia 13, Vénus terá chegado à vizinhança de Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Estes dois astros serão visitados pela Lua, na madrugada de dia 20.

A Lua Nova terá lugar no dia 23, não sendo possível observar o nosso satélite natural por se encontrar na direção do Sol. Mas, ao início da noite de dia 25, já iremos encontrá-la junto a Mercúrio e Régulo, o coração da constelação do Leão.
Dia 28, a Lua irá passar mais uma vez ao lado de Júpiter, mas desta vez não irá coincidir com o quarto crescente, o qual só terá lugar dois dias depois.

No entanto, esta efeméride coincide com o pico de atividade de uma chuva de meteoros, que parecem surgir da vizinhança da estrela Delta da constelação do Aquário: as Delta Aquáridas.

Esta é uma chuva de estrelas relativamente fraca, que não deve chegar às duas dezenas de meteoros por hora, mesmo em condições de observação ideais.

Boas observações!

 

Autor: Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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