A Lua Nova sinaliza o início de mais um mês de eventos astronómicos. Esta ocorre numa região da constelação do Leão muito próxima do plano da órbita terrestre. Assim, da interposição da Lua entre a Terra e o Sol resultará um eclipse solar.
Em nenhum ponto da Terra se verá a Lua cobrir totalmente o Sol, pois esta encontra-se muito perto do seu apogeu (ponto da órbita mais afastado da Terra). Quanto muito, ao longo de uma faixa que passa pela África Central e Madagáscar, ver-se-á a parte central do Sol tapada, restando um anel iluminado.
Este género de eclipse, chamado de anular, é idêntico ao ocorrido em Outubro de 2005. Mas este eclipse praticamente só será visível em parte de África (situada abaixo do paralelo 30º Norte), sudoeste da Arábia e oceano Índico.
No dia 3, encontraremos a Lua numa direção muito próxima da de Vénus. Nalgumas regiões do Ártico, será mesmo possível ver a Lua a ocultar este planeta. No dia seguinte, será a vez da Lua visitar a estrela Espiga, da constelação da Virgem. Nesta mesma noite, Saturno situar-se-á a norte de Antares, o coração da constelação do Escorpião.
Tal como sucedido no final de Agosto, nos primeiros dias do mês continuaremos a assistir ao alinhamento dos planetas Mercúrio, Vénus e Júpiter. Esta é a última oportunidade do ano que temos para observarmos Júpiter ao anoitecer.
Na segunda quinzena do mês, Júpiter já estará numa direção demasiado próxima à do Sol. Igualmente, neste mês, Mercúrio apenas será visível ao anoitecer até ao dia 6. Depois disto, só voltará a ser visível a partir de dia 20, já como estrela da manhã.
Aquando do quarto crescente de dia 9, a Lua já terá passado ao pé de Saturno, que, tal como Marte, situa-se entre as constelações do Escorpião e o Serpentário. Uma semana depois (ao anoitecer de dia 16), a Lua Cheia dar-se-á entre as constelações do Aquário e dos Peixes.
Este novo alinhamento entre o Sol, a Terra e a Lua junto ao plano da órbita terrestre dará origem a um eclipse lunar.
Aquando do ocaso em Portugal Continental (pelas 19 horas e 43 minutos hora local), este evento já irá a meio, terminando pelas 21 horas e 53 minutos. Trata-se de um eclipse penumbral, pois a Lua apenas irá atravessar a parte da sombra terrestre causada pela ocultação parcial do Sol: a penumbra.
Na noite de dia 18, será a vez de Vénus passar ao lado da estrela Espiga.
Pelas 15h31 de dia 22 de Setembro, o nosso planeta atinge um dos dois pontos da sua órbita em que o seu eixo de rotação fica perpendicular à direção Sol-Terra.
Neste instante, chamado de equinócio, o Sol ilumina de igual modo os hemisférios Norte e Sul terrestres. O instante em que o hemisfério Sul passa a estar mais iluminado que o Norte marca o início do Outono no nosso país, sendo que por cá é chamado de equinócio de Outono.
No entanto, os equinócios não são a altura do ano em que os dias têm a mesma duração que as noites. No caso do equinócio de Outono, isto ocorre três dias depois dele. Tal deve-se à refração atmosférica (fenómeno semelhante ao que acontece à luz que atravessa um copo de água) que faz com que, ao nascer e pôr-do-sol, vejamos este astro algo acima da sua real posição, aumentando assim ligeiramente a duração de cada dia.
Finalmente, no dia 28, encontraremos a Lua junto a Régulo, o coração da constelação do Leão. Estes astros irão nascer cerca de duas horas e meia antes que o Sol, e não ao amanhecer como sucedido no dia 1.
Boas observações!
Autor: Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
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