Na sua viagem anual em torno do Sol, a Terra atravessa diferentes regiões do espaço interplanetário, num percurso orbital de cerca de 940 milhões de quilómetros.
Entre o primeiro e o quinto dias de Janeiro de cada ano, a Terra passa por uma região particularmente rica em poeiras, brindando-nos com uma chuva de meteoros (na linguagem popular denominados “estrelas cadentes”) característica desta época: a chuva das Quadrântidas.
O efeito mais espetacular observa-se na noite de 3 para 4 de Janeiro de cada ano. Em 2016, o pico ocorrerá na madrugada.
Sabemos que as chuvas de meteoros recebem o nome derivado da constelação de onde os traços dos seus meteoros parecem divergir (ponto denominado “radiante” da chuva de meteoros).
Na verdade, os meteoros caem para a Terra segundo trajetórias paralelas entre si e o radiante é uma ilusão de perspetiva. Trata-se de uma situação idêntica àquela em que alguns traços paralelos entre si parecem convergir para o ponto de fuga.
No caso das Quadrântidas, o radiante situa-se a norte do Boieiro (Boötes), onde, nos finais do século XVIII se imaginava a antiga constelação do Quadrante Mural (Quadrans Muralis), hoje extinta. O nome “Quadrântidas” manteve-se só por tradição histórica até aos tempos atuais.
Mas a chuva de meteoros continua a ocorrer todos os anos e o leitor pode vê-la sem precisar de mais nada além dos seus olhos e de um local com o mínimo de poluição luminosa.
Como observar as Quadrântidas
Se as condições meteorológicas o permitirem, não deixe de olhar para o firmamento por estas datas (Veja a figura), especialmente na noite de 3 para 4 de Janeiro, entre as 5h00 e as 7h00, para contemplar esta bela chuva de meteoros, denominada chuva das Quadrântidas. O pico é de cerca de 50 meteoros por hora.
Localize a região situada entre as constelações de Ursa Maior, do Boieiro, do Dragão e de Hércules, acima da região nordeste do horizonte.
Preste atenção às regiões envolventes desta área e mantenha a visão lateral alerta. Embora esta não seja das chuvas de meteoros mais intensas, merece a nossa atenção e por vezes a sua intensidade pode ser surpreendente.
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Texto e imagem de Guilherme de Almeida
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
Guilherme de Almeida (n. 1950) é licenciado em Física pela Faculdade de Ciências de Lisboa e foi professor desta disciplina, tendo incluído Astronomia na sua formação universitária.
Proferiu mais de 90 de palestras sobre Astronomia, observações astronómicas e Física, publicou mais de 100 artigos e é formador certificado nestas matérias.
É autor de oito livros sobre Astronomia, observações astronómicas e Física.
Algumas das suas obras também estão publicadas em inglês, castelhano e catalão.
Mais informação em http://www.wook.pt/authors/detail/id/5235