Há 35 anos que foi lançada a Voyager 2, exatamente a 20 de Agosto de 1977. Esta sonda e a sua “irmã gémea”, a Voyager 1 (lançada a 5 de Setembro de 1977), depois de terem explorado, pela primeira vez, os planetas gigantes (Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno) encontram-se hoje nos limites do Sistema Solar, sendo os “objetos tecnológicos” mais longe da Terra alguma vez feitos pelo Homem.
A Voyager 1, que avança para o espaço interestelar a uma velocidade de 17 km/s (61 200 km/h), encontra-se a cerca de 120 vezes a distância da Terra ao Sol. A Voyager 2, deslocando-se a 15,4 km/s (55 440 km/h), está a mais de 98 vezes a distância da Terra ao Sol.
Nesta exploração, cujo 35º aniversário agora se comemora, as sondas levam consigo informação sobre a vida na Terra, dirigidas a outras vidas no espaço: o famoso “Disco Dourado” que contém saudações em 55 idiomas terrestres, 155 imagens do nosso planeta, assim com 90 minutos de “música humana” e sons da biosfera.
Marcos da exploração espacial, depois de terem enviado as primeiras imagens tecnologicamente “modernas” sobre os quatro planetas gigantes e suas luas (algumas descobertas por estas sondas) continuam a contribuir para o conhecimento do sistema solar.
As sondas comunicam semanalmente com o centro de controle no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), em Passadena, Califórnia, via sinais de rádio captados pelo “Deep Space Network” (http://deepspace.jpl.nasa.gov/dsn/).
Os dados enviados, por exemplo pela Voyager 1, demoram, à distância atual, cerca 16 horas e 40 minutos a atingir a rede de grandes antenas instaladas em três locais do planeta Terra (Goldstone, na Califórnia, próximo de Madrid, em Espanha, e perto de Camberra, na Austrália).
E continuarão a explorar e a enviar mensagens sobre o espaço a caminho das estrelas, pelo menos até 2025, altura em que os três geradores termoelétricos de radioisótopos (a eletricidade é gerada a partir do decaimento de várias unidades de óxido de plutónio-238) deverão silenciar-se… Mas as suas missões e feitos permanecerão edificantes na memória da exploração espacial.
Autor: António Piedade
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