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Os vestígios de duas casas do período islâmico (séculos XII-XIII), situados na atual Praça da República, frente ao Museu de Arqueologia, que foi, em tempos, o centro do Castelo de Albufeira, estão agora musealizados e ao alcance de todos os visitantes.

Tratou-se da primeira obra do Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU) a ser inaugurada e envolveu um investimento de cerca de 100 mil euros. Este foi o momento de destaque nas Comemorações do Dia de Portugal em Albufeira, que terminou com um concerto de Dulce Pontes.

Na inauguração, Alexandra Gonçalves, diretora regional de Cultura, salientou a criteriosa opção de requalificação, que permite ver os vestígios arqueológicos sem correr riscos.

O interior do Castelo era o local onde residia a elite política e a guarnição militar da vila de então. A Câmara de Albufeira salienta que «a fortificação medieval de Albufeira (al-Buayra) desempenhou elevada importância estratégica para defesa marítima do Algarve Islâmico e era formada por um Castelo construído naquela praça, da qual apenas resta a Torre do Relógio e as muralhas que protegiam toda a elevação».

Para mostrar os vestígios arqueológicos encontrados, foi construído à sua volta um círculo de placas que permitem ver os achados e, ao mesmo tempo, criar efeitos de luz natural. Deste modo, explica a autarquia, «evita a intrusão humana no espaço e, ao mesmo tempo, garante a continuidade de todas as funcionalidades do espaço envolvente».

A intervenção custou perto de 106 mil euros, tendo sido financiada a 65% (69 mil euros) pelo Programa Operacional Regional do Algarve (CRESC Algarve 2020).

A diretora regional de Cultura salientou, na sua intervenção, que «houve um diálogo que se foi estruturando, ao longo de muitas trocas de informação antes do projeto ser submetido a uma apreciação técnica e efetiva». «Estes projetos – continuou – são de valorização, mas também de salvaguarda e havia que escolher uma narrativa e uma tipologia de intervenção. Falamos bastante em fazer-se o registo, a salvaguarda, chegar a tapar toda a praça e não ficar nada visível, dados os riscos que se corre quando se tem arqueologia a céu aberto».

«De facto, a opção foi inteligente. É uma opção que ficou num intermédio, pelo que ficam os parabéns à equipa projetista e executora, pois permite-nos fazer uma leitura dos períodos históricos que aqui se encontram e, ao mesmo tempo, haver uma fruição pública deste património, enquanto se salvaguarda o restante património circundante e sem colocar em causa a circulação na praça, permitindo um projeto público no qual a comunidade usufrua do bem-estar de se encontrar ao ar livre, sentado, neste espaço», acrescentou Alexandra Gonçalves.

Carlos Silva e Sousa, presidente da Câmara de Albufeira, referiu ser esta uma obra que se «enquadra na política da Câmara Municipal, que é a de valorizar o nosso património histórico, que não é extenso, mas é o que temos. Como tal, tem que ser recuperado e devolvido à população, que tem que conhecer as suas raízes para que possa estimar cada vez mais Albufeira».

«Um dos objetivos programáticos da Regeneração Urbana é que os privados também invistam nas áreas urbanas e neste momento, Albufeira já tem intenções de investimento privado na ordem dos seis milhões de euros, pelo que o investimento público terá que ser de 3 milhões para o efeito», acrescentou o autarca.

O presidente da Câmara acrescentou que há diversos benefícios quanto ao investimento privado nas zonas urbanas, nomeadamente isenção de taxas, o não pagamento de IMI ao longo de cinco anos e muitos outros. «Será uma grande riqueza que fica na nossa terra», concluiu o autarca.

 

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