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A “mais significativa” anta-capela de Portugal, em Pavia, no concelho alentejano de Mora, está a ser escavada por arqueólogos da Universidade de Évora (UE), que descobriram um corredor no espaço megalítico, classificado como Monumento Nacional.

Este monumento funerário pré-histórico, com mais de cinco mil anos, que a UÉ disse hoje ser “a mais significativa anta-capela de Portugal”, foi adaptado a templo católico durante a Idade Média e está situado na vila de Pavia.

De acordo com os arqueólogos, existem também fortes indícios que apontam que, naquele espaço, durante o domínio árabe, poderá ter existido um espaço de oração.

Leonor Rocha, arqueóloga da UE, relatou que o trabalho de escavações, iniciado na segunda-feira passada e que termina amanhã, foi desenvolvido de forma “condicionada” pelos arqueólogos.

Isto porque, acrescentou, o monumento está situado na “área urbana, num pequeno largo”, com um estabelecimento comercial num espaço contíguo. Esta localização também pode contribuir para explicar porque é que o corredor, até à data, ainda não tinha sido identificado.

“Se um monumento megalítico no campo às vezes está isolado e é destruído e cortado para aproveitamento de pedra, então, no centro de Pavia, obviamente foi o que aconteceu. Arrancaram-lhe as pedras, provavelmente, para utilizar na construção civil”, explicou.

A equipa está, por isso, “apenas a encontrar os restos escavados nas rochas e o que me surpreendeu também foi que o substrato rochoso está completamente à superfície”, com a atual calçada “praticamente a assentar na rocha”, disse.

No local das escavações, os arqueólogos abriram uma sondagem no solo com “três metros de comprimento” para identificar o corredor, mas, devido à condicionante do trânsito automóvel, não foi possível alargar esse perímetro.

“Dá para perceber que o corredor tinha, pelo menos, três metros de comprimento, mas não podíamos alargar mais porque iríamos destruir casas”, referiu.

No entanto, o objetivo inicialmente traçado foi “atingido”, pois, caso não existisse um corredor num monumento de tão “grandes dimensões” como o de Pavia, seria um “caso bizarro”.

Este foi o primeiro monumento megalítico a ser referido na bibliografia histórica de Manuel Severim de Faria (século XVI), na sua obra “Notícias de Portugal”, aludindo o autor à Anta-Capela de São Dinis ou São Dionísio, no centro histórico da vila alentejana.

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