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Cozinhando na paisagemNão é um showcooking, não é uma recriação histórica. A iniciativa «Cozinhando na Paisagem», que, desta vez, tem o Castelo de Tavira como pano de fundo, terá um menu que só será revelado na hora, mas que já se sabe que será «inspirado nas entrelinhas da História e da Arqueologia».

A ação performativa de Jorge Rocha está marcada para domingo, 5 de Julho, às 19 horas, ao ar livre, na Rua Borda d’Água d’Assêca, junto ao rio Gilão, em Tavira.

«O menu só será desvendado na hora, mas podemos adiantar que nos iremos focar no período islâmico, com muitos apontamentos à Dieta Mediterrânica», explica Jorge Rocha, responsável pelo projeto promovido pela associação Rizoma Lab.

Jaquelina Covaneiro é a investigadora convidada a acompanhar e comentar o desenrolar dos preparos, enquadrando histórica e culturalmente os usos e tradições ligados à gastronomia.

Antes disso, às 18h30, a arqueóloga fará uma visita orientada, com partida do Palácio da Galeria, até ao local da ação, à beira rio.

Esta será a primeira iniciativa deste nova ciclo do «Cozinhando na Paisagem», um conjunto de ações performativas de Jorge Rocha a realizar no Algarve entre Julho e Outubro.

Após uma primeira apresentação na Fortaleza de Sagres, em Abril passado, no âmbito do programa DiVaM, esta ação que tem o Castelo de Tavira como paisagem de fundo integra-se no XI Cenas Na Rua – Festival Internacional de Teatro e Artes na Rua de Tavira.

cozinhando na paisagem 3Jaquelina Covaneiro formou-se em História, variante de Arqueologia, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e possui um Mestrado em Pré-História e Arqueologia pela  Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa.

Desempenha funções como Técnica Superior de Arqueologia na Câmara Municipal de Tavira desde 2002 e tem vindo a desenvolver vários trabalhos de investigação sobre a Tavira Islâmica, nomeadamente sobre a evolução da cidade nesse período e sobre os hábitos alimentares dessas comunidades, em conjunto com Sandra Cavaco.

Cozinhando na Paisagem integra-se no projeto PALATO e é uma ação performativa sobre sítios históricos e arqueológicos, um espetáculo gastronómico que decorre nos locais com uma paisagem em pano de fundo, abordando temáticas que colocam a Gastronomia de cada época em cruzamento com os hábitos alimentares da sociedade contemporânea.

Em cada sítio histórico, é montada uma infraestrutura improvisada, que inclui sempre uma mesa para os cozinhados, onde o artista, em conjunto com os investigadores de cada monumento, desenvolve uma ação performativa num formato talk show, cozinhando ao vivo e transmitindo em direto na Internet, assumindo os públicos físicos e virtuais como participantes no processo de criação artística.

O menu, é «inspirado nas entrelinhas da História e da Arqueologia» e por isso considera «as características únicas de cada local» e valoriza «os fatores paisagísticos, patrimoniais e sociais».

Todas as sessões são transmitidas em direto, em www.palato.org/transmissao, resultando num conjunto de paisagens virtuais armazenadas no Canal PALATO do site www.palato.org, sendo estas o foco da investigação artística em curso.

Entretanto, há já uma série de outras ações confirmadas: no Monte Molião (Lagos), em Agosto, no Abrigo Paleolítico de Vale de Boi (Budens, concelho de Vila do Bispo), Castelo de Salir (Loulé), Mercado de Olhão, e Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe (Vila do Bispo). De todas estas ações, apenas as do Castelo de Salir (20 de Agosto) e da Senhora de Guadalupe (18 de Outubro) têm já data marcada.

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