«Desde que entrei para a direção, assumi um compromisso para comigo própria, que era o de deixar o Cineclube melhor do que o encontrei. O que também não era difícil, dadas as difíceis condições na altura. Seja pelo trabalho de todos nós, seja por fatores de sorte [a cedência de um espaço condigno pela Câmara de Faro], efetivamente o Cineclube tem condições que não tinha em 1992», disse a ex-presidente do Cineclube de Faro Anabela Moutinho.
Isto não significa que Anabela Moutinho fique totalmente descansada, na hora da passagem do testemunho a Carlos Rafael Lopes, o novo presidente do Cineclube de Faro.
O financiamento da coletividade continua a ser um problema, apesar dos esforços em ter receitas próprias, que até já «ultrapassam os 17 mil euros», cerca de 60 por cento do orçamento anual do Cineclube.
«A última condição que faltaria é a situação financeira. Mas, se eu estivesse à espera que ela fosse ótima, para passar aos meus colegas, agora com a crise ia demorar mais quinze anos. Não me estava a ver com 70 anos a passar o testemunho a um Rafa de cabelos brancos», ironizou, a rir.
Neste campo, os dirigentes da coletividade defendem celeridade na elaboração das novas regras de apoio ao cinema, onde cabe também o apoio aos cineclubes. Em causa está uma verba de cerca de 5 mil euros anuais, que não está a chegar.
Aliado aos «grandes cortes» dos apoios financeiros da autarquia, o Cineclube teme que a sua atividade possa ser posta em causa, já que um cineclube tem, pela natureza das suas iniciativas, «custos elevados».