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convite industria conserveira portuguesaLá dentro não há sardinhas, nem atum…mas selos. Trata-se da original emissão filatélica dos CTT sobre as Indústrias Conserveiras, que teve lugar na passada segunda-feira, no Museu de Portimão. Esta é a primeira vez, a nível mundial, que uma emissão de selos é apresentada ao público em latas de conserva.

Nesta emissão, foram incluídas 50 000 séries de selos dentro de latas de conserva, fechadas a autoclave, como as verdadeiras, e especialmente serigrafadas e preparadas para o efeito, mas em tudo idênticas às que se utilizam para comercializar o atum ou a sardinha.

Nesta aventura, os CTT contaram com a colaboração da mais antiga fábrica de conservas em laboração no mundo, a firma “Conservas Ramirez”, fundada em 1853, precisamente no Algarve, em Vila Real de Santo António. Por feliz acaso, fundada no mesmo ano em foi lançado o primeiro selo português: o célebre D. Maria II, posto a circular a 1 de Julho de 1853, nas versões de 5 réis e de 25 réis.

Mas os CTT contaram ainda com a colaboração do Museu de Portimão, que se ergue, ele próprio, numa antiga fábrica conserveira. E foi do seu arquivo que saíram todas as fotografias que ilustram os selos. «Trata-se de fotografias do nosso arquivo, sobretudo do saudoso Júlio Bernardo», salientou José Gameiro, diretor científico do Museu, na cerimónia de lançamento dos selos.

O diretor regional dos CTT no Algarve sublinhou, a propósito, que «não havia local tão adequado para este lançamento como o Museu de Portimão».

 

Selos na lata de conserva_08
A presidente Isilda Gomes a obliterar, ou seja, a colocar o carimbo de 1º dia nos envelopes com selos

 

A presidente da Câmara Isilda Gomes, por seu lado, classificou a ideia dos selos dentro de uma lata de conservas como «brilhante», considerando ser «uma homenagem à indústria conserveira que é também homenagem a Portimão e aos milhares de cidadãos desta terra que trabalharam nas fábricas de conservas».

O secretário de Estado das Pescas disse que a conserveira é uma «indústria de resiliência», que «vale hoje cerca de 250 milhões de euros à escala nacional», sendo «fonte de emprego e de exportação».

«A indústria conserveira faz parte daquilo que foi a evolução das pescas no nosso país», com as indústrias a deslocar-se cada vez mais para Norte à medida que também os cardumes de sardinha se tornavam mais escassos no Sul.

«Hoje começam a aparecer outros projetos no Algarve, como a Saboreal, de conservas gourmet», acrescentou José Apolinário, dando o exemplo dos três jovens empresários que criaram essa conserveira sediada na zona de Portimão como gente que «deu a volta à ideia de que esta era uma indústria que não tinha futuro».

Finalmente, o governante fez um apelo, perante a sala cheia de filatelistas, políticos e amigos do Museu: «enquanto secretário de Estado das Pescas, apelo a que, no vosso dia a dia, escolham produtos fabricados pelas conserveiras portuguesas».

Após a cerimónia de obliteração do carimbo de 1º dia nos envelopes com selos, seguiu-se uma degustação de petiscos feitos precisamente com conservas portuguesas, a cargo do chef José Moura, da Escola de Hotelaria e Turismo de Portimão, numa iniciativa da Docapesca.

 

convite industria conserveira portuguesaUma muito original coleção de selos

Cada um dos seis selos desta emissão contém três imagens, uma à esquerda, uma central e uma à direita.

O selo com o valor facial de 0,47 euros mostra um Galeão a Vapor, um pormenor de cartaz publicitário da empresa Annuario do Brasil e um Biqueirão; o selo de 0,58 euros mostra o “desenvasar” da sardinha, o pormenor de gravura do livro de ouro das conservas e uma sardinha;

No selo de 0,65 euros constam três imagens, nomeadamente o cais de descarga do peixe para a fábrica de conservas, uma ilustração de Fred Kradolfer e uma cavala; o selo de 0,75 euros demonstra o enlatamento, um cartaz publicitário das conservas e atum; o selo de 0,80 euros com a secção do “vazio”, um postal publicitário de Brandão Gomes e uma Lula;
Por fim, o selo com o valor facial de 1,00 euros mostra a secção do “cheio”, um cartaz publicitário das conservas Boavista e uma enguia.

Todos os selos têm uma tiragem de 125 000 exemplares cada. Os selos têm um formato de 30,6 X 80 mm e o design esteve a cargo do Atelier Pendão&Prior, nomeadamente Fernando Pendão.

As obliterações de primeiro dia foram feitas nas lojas dos Restauradores, em Lisboa, Município no Porto, Zarco,  no Funchal,  Antero de Quental,  em Ponta Delgada, Teixeira Gomes, em Portimão, e Matosinhos.

No Museu de Portimão, houve também essa obliteração – a aposição, nos envelopes com selos, do carimbo do primeiro dia – a cargo da presidente da Câmara de Portimão (Isilda Gomes) e do secretário de Estado das Pescas, o algarvio José Apolinário, e ainda de José Gameiro (diretor científico do Museu), Helena Cardoso (diretora da Docapesca no Algarve) e ainda do diretor dos CTT na região.

Os envelopes, que foram ainda assinados por aquelas personalidades, vão ficar agora em dois Museus: no de Portimão e no Postal, em Lisboa.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação

 

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