Pedro Gonçalves e Tó Trips, os Dead Combo, rumam ao Cine-Teatro Louletano, esta quarta e quinta-feira, para apresentarem um espetáculo para crianças e famílias, que poderia ter ficado pelas páginas de um livro, mas que ganhou outra dimensão.
«Há uns anos pediram-nos uma história infantil para ser incluída num livro de solidariedade para uma casa de abrigo para crianças e fizemos uma história que era a Cidade da Tristeza Profunda. Isso ficou por ali até que, há dois anos, fomos convidados pelo CCB para o festival Big Bang» revela o guitarrista Pedro Gonçalves ao Musicália|Sul Informação.
Sendo o objetivo do festival criar música para crianças, que não seja obrigatoriamente infantil, a banda decidiu introduzir mais personagens e construiu um espetáculo à volta da sua história.
«A Ainhoa Vidal é a rainha dessa história, há uma tenda onde se desenrola toda a ação, vídeo-projeção à volta da tenda, jogos de sombras, comboios… faz tudo parte do imaginários dos Dead Combo, mas, de alguma maneira, adaptada às crianças», acrescenta o músico.
Partilhando da ideia de que a música não tem de ser especialmente trabalhada para ser apresentada aos mais pequenos, Pedro Gonçalves, revela que não houve uma grande preocupação na composição dos temas, sendo em tudo similar a outra composição de Dead Combo, mas centrada noutros pormenores.
«Tivemos cuidado, sim, com o cenário e com a história, mas a música é a dos Dead Combo. A música, seja ela qual for, tanto é para adultos como para crianças, depende é da forma com é apresentada. Se as colocares a ver um espetáculo de Slayer num estádio, provavelmente vão ficar assustados com toda aquela confusão, com o barulho, mas é diferente se apresentares a mesma música num ambiente mais intimista, mais cuidada, mais acolhedora», explica o artista.
A ideia original para o espetáculo é criar um momento de partilha entre pais e filhos, onde os mais velhos podem mostrar a música que apreciam aos mais pequenos, sem que haja uma barreira ou rotulagem da sonoridade que ouvem. A resposta tem agradado a todos. «As pessoas, principalmente as crianças têm saído maravilhadas. Ao início é um bocado escuro, sombrio, até mete algum medo, mas depois dá-se a volta a tudo isso com a música. É giro ver a reação dos “putos” que entram lá cheios de medo e saem todos contentes e corajosos».
No centro desta história está uma princesa que, por ter perdido o seu amor, inundou de tristeza toda a sua cidade e transformou-a na Cidade da Tristeza Profunda. Tudo se altera quando surgem dois personagens para, através da música, trazerem de volta a alegria e a cor.
«Não é uma história de princesas, mas uma metáfora de como a música pode mudar a vida das pessoas», remata Pedro Gonçalves
A sessão para famílias está marcada para esta quarta-feira às 21h30. Já, para escolas, haverá sessões na quinta-feira, às 9h30 e 11h30 e, na sexta-feira, às 9h30, 11h30 e 14h00.
Todas as sessões, incluindo a que é dirigida a famílias, requerem inscrição prévia. Os concertos custam 2 euros (sessões para escolas) e 3 euros (sessão para famílias)