A Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, em Vila do Bispo, vai viajar no tempo, a partir de amanhã e até 5 de julho, até à época dos navegadores, com a exposição de escultura de Gustavo Jesus “Cordame, melancolia e caramelo”.
A inauguração está marcada para as 17h00, seguindo-se uma performance musical de Hilaria Kramer (trompete) e Gil Maddalena, às 17h30.
As duas iniciativas integram o programa DiVaM – Dinamização e Valorização dos Monumentos e são organizadas pela Tertúlia- Associação Sócio Cultural de Aljezur, em parceria com a Direção Regional de Cultura do Algarve.
Susana de Medeiros, da Associação Tertúlia, em entrevista ao programa Impressões da RUA FM/Sul Informação, revelou um pouco do que será esta exposição de Gustavo Jesus.
«Ele pegou nas memórias da navegação, das idas e vindas ao Brasil, e entre os temas que lhe interessaram, esteve a da cana do açúcar e a sua introdução na Europa. As peças dele vão fazer alusão aos nós que se usam na navegação, às velas, ao comércio que se faz nas caravelas…».
Pela primeira vez no ciclo de exposições 2 ou 3×7, no qual esta mostra se insere, «as peças de escultura vão estar também instaladas fora da igreja. Estarão obras instaladas no interior e exterior», adiantou a responsável da Tertúlia.
Entre os materiais utilizados por Gustavo Jesus encontram-se madeira, corda e tecido, e a sua instalação, segundo informa a Direção Regional de Cultura, «dialoga com o espaço».
Nestas, Gustavo Jesus «evoca uma ligação entre a devoção e a fé e o desconhecido, tão presente na altura da partida, os mares e os receios que a navegação suscitava, as incertezas nos espíritos dos homens que partiam e os rituais de culto, traduções de vivências de outros tempos».
No ciclo de exposições 2 ou 3×7, que começou em abril e se estende até outubro na Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe (Raposeira), sete artistas plásticos – por meio de desenho, pintura, escultura e/ou instalação – são convidados a intervir de forma temporária neste espaço.
Susana de Medeiros explica que «há artistas que só desenvolvem projetos que têm a ver com a questão do lugar, para depois construir a obra. Aqui, o desafio é convidar estes artistas para, a partir daquele espaço muito específico, com uma memória muito específica, não só na ermida, mas em toda a zona envolvente, se inspirarem no que acharem mais interessante».
Às 17h30 é a vez da música “invadir” a Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe com a atuação de Hilária Kramer e Gil Madallena. Hilária Kramer «é uma trompetista muito conhecida nos circuitos do Jazz na Suíça e, de uma forma geral, nos países de língua germânica, mas pouco conhecida em Portugal. Tem vindo a realizar concertos em capelas e ermidas no Sul da Suíça. Em 2014, ganhou o prémio de melhor músico de Jazz na Suíça (Suiss Jazz Award)», refere a Direção Regional de Cultura.
Gil Madallena, que acompanhará H. Kramer com outros instrumentos, «é artista plástico e baseia o seu percurso artístico no captar de emoções, em paisagens, ondas ou retrato. Entre outros projetos, colabora com Rémi Gallet, músico profissional, num projeto que envolve uma ação performativa com desenho e música».