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Foto: Cristóvão Fonseca (arquivo)

Uma campanha de arqueologia subaquática, coordenada pelos arqueólogos Cristóvão Fonseca e José Bettencourt, está a decorrer até 30 de Junho no estuário e embocadura do rio Arade.

Integrada no projeto de investigação “Um complexo portuário milenar no Barlavento Algarvio: a arqueologia do estuário do rio Arade”, a campanha é promovida pelo Centro de Humanidades (CHAM) – Unidade de Investigação Interuniversitária da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e conta, tal como nos anos anteriores, com a parceria do Município de Portimão, através do seu Museu, onde funciona a base de apoio logístico.

Os sítios arqueológicos a intervencionar, denominados Arade B, Ponta do Altar B, GEO 5 e Arade 23, correspondem a contextos de naufrágio e fundeadouro e abrangem uma cronologia que vai desde o período romano até à época contemporânea.

Este ano a campanha mais longa, pelo que, além de permitir retomar os últimos trabalhos de campo realizados em 2016, serão feitas sondagens por escavação e o registo sistemático dos contextos, ações que «não são realizadas há mais de uma década e que são cruciais para a obtenção de dados inéditos e de contexto».

Com estes trabalhos, pretende-se não só dar continuidade à investigação já realizada, mas também potenciar um novo fôlego à investigação arqueológica do rio Arade, que tem como objetivo criar as bases para a valorização do seu potencial científico, pedagógico e turístico, considerando que se trata de uma referência no domínio da arqueologia náutica e subaquática no panorama nacional.

Os trabalhos vão também permitir a atualização do inventário georreferenciado de ocorrências patrimoniais do estuário do rio Arade, «permitindo criar um corpus de referência de grande utilidade como ferramenta para a gestão e ordenamento do território, sobretudo numa fase em que se preveem obras de requalificação portuária e das condições de navegação no estuário».

Foto: José Cortez (arquivo)

«A foz do rio Arade corresponde a um espaço privilegiado de ligação entre o Mediterrâneo e o Atlântico, que apresentou desde sempre características propícias para a navegação. É um porto natural de abrigo, que serve os vários núcleos urbanos históricos, nomeadamente Portimão, assim como, corresponde a uma importante via de navegação, comunicação e penetração no interior do Barlavento Algarvio. Esta realidade encontra-se amplamente documentada pelas fontes escritas e por diversos vestígios arqueológicos identificados nas últimas décadas», salienta a Câmara de Portimão, em nota de imprensa.

O reconhecimento do potencial arqueológico subaquático do estuário do rio Arade remonta, pelo menos, à década de 1970, quando aí foram feitas as primeiras dragagens. A investigação realizada desde 1993 tem vindo a contribuir de forma decisiva para a afirmação do seu valor científico e patrimonial. O espólio recuperado pode ser visto no Museu de Portimão.

O projeto conta não só com o apoio do Museu de Portimão e da Câmara Municipal, mas também com diversas entidades nacionais e regionais, entre elas a Junta de Freguesia de Portimão, o Grupo de Amigos do Museu de Portimão, o Clube Naval de Portimão, o Clube Subaquático de Mergulho Portisub, a Ondanautica Lda, a Capitania do Porto de Portimão, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a Administração dos Portos de Sines e do Algarve, a Direção-Geral do Património Cultural e o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática. «Estes apoios revelam-se imprescindíveis para a realização da campanha», sublinha a autarquia.

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