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estelaA exposição de rua itinerante “Quem nos Escreve desde a Serra”, sobre as estelas com escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro no concelho de Loulé, será inaugurada no exterior do Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, às 21h00 do dia 30 de Maio.

A exposição tem o objetivo de dar a conhecer ao público aquele tema e os materiais arqueológicos do concelho de Loulé que com ele estão relacionados.

A exposição está concebida de modo a mostrar como este fenómeno resulta de um processo histórico e patrimonial que vai interagir com os espaços públicos das localidades e com os espaços envolventes, pois a paisagem serrana é o ambiente onde estes valores culturais se revelam.

A exposição, que começou por percorrer as ruas de quatro localidades louletanas (Salir, Penina, Ameixial e Quarteira), apresenta conteúdos escritos ilustrados e está organizada em seis temas: a Idade do Ferro, a escrita do Sudoeste, o mundo dos vivos, a morte, os investigadores e os conjuntos de estelas de Benafim/ Salir e do Ameixial.

A Escrita do Sudoeste ainda não foi decifrada, tendo sido criada pelos povos que habitaram a serra algarvia e baixo-alentejana na Idade do Ferro, há cerca de 2500 anos. Chegou aos dias de hoje inscrita em pedras – as estelas.

Achados fortuitos, de início, e trabalho sistemático de arqueólogos, mais recentemente, têm vindo a (re)descobrir estas misteriosas «pedras com letras» que há muito os habitantes serranos conheciam.

«A escrita do Sudoeste é a voz que nos aproxima dos pensamentos e modos de vida do passado, um dos mistérios e um dos maiores tesouros da arqueologia europeia, uma realidade arqueológica de cariz excecional, uma imagem de marca da serra que divide o Alentejo e o Algarve e um símbolo privilegiado da herança histórica da região. Ela é, afinal, a primeira manifestação, bem caracterizada, de escrita da Península Ibérica e uma das mais antigas da Europa e que está, ainda hoje, por decifrar», salientam os organizadores.

No âmbito da inauguração desta exposição, no interior do Museu, também haverá uma evocação dos 35 anos da exposição “A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e cultura“, então organizada por Caetano de Mello Beirão e Mário Varela Gomes, inaugurada em 1980 neste Museu.

Foi uma exposição que, por um lado, reuniu o maior conjunto de estelas e as relacionava com os sítios arqueológicos, tendo servido de base a importantes estudos sobre os problemas e o sistema desta escrita. E por outro, apresentou alguns dos objetos mais emblemáticos ligados à investigação sobre a escrita do Sudoeste e à Idade do Ferro que hoje se encontram depositados no Museu Nacional de Arqueologia.

Pedro Barros junto ao fragmento da Estela do Viameiro, no Pólo Museológico de SalirNa inauguração, no relvado do Mosteiro dos Jerónimos, ainda terá lugar uma abordagem contemporânea do tema pelos artistas plásticos El Menau e Ângela Menezes, através da apresentação de uma pintura mural sobre o tema e de uma instalação contemporânea.

Durante os meses de exibição da exposição, que ficará patente até 27 de Setembro, haverá lugar a um extenso plano de atividades, onde se incluem a apresentação da exposição no Programa “Encontros com o Património” da estação de rádio TSF, a apresentação de um documentário sobre a evolução que houve sobre esta temática, um concurso literário, um ciclo de debate científico sobre o tema, a apresentação de uma estela com escrita do Sudoeste, um workshop de conservação e restauro, visitas guiadas, regulares e diversificadas atividades infanto-juvenis, entre muitas outras.

Esta exposição que agora chega ao Museu Nacional de Arqueologia, é organizada por essa estrutura da Direção Geral do Património Cultural e ainda pela Câmara Municipal de Loulé, pelo Projeto ESTELA, com a colaboração do Projeto Eurovision e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

A exposição conta ainda com o apoio das Direções Regionais de Cultura do Alentejo e do Algarve, das Juntas de Freguesia do Ameixial, Belém, Benafim e Salir, do Museu Municipal de Faro, e da Lusitânia Seguros.

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