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Hein Semke Monotipia1969

A obra de Hein Semke voltou a casa em Junho de 2015, com doação de parte do seu acervo ao Museu de Portimão, e agora, quase um ano depois, mostra-se pela primeira vez, numa exposição inédita.

A exposição “Todos Nós Somos Peixes”, de Hein Semke, abre no sábado, 21 de Maio, às 17h00, reunindo um conjunto de obras do escultor alemão, natural de Hamburgo, radicado em Portugal a partir de 1932.

Em 2015, vinte anos após a morte de Hein Semke, Teresa Balté, sua esposa, fez três importantes doações do espólio do artista, uma à Fundação Calouste Gulbenkian e as outras ao Museu do Azulejo e ao Museu de Portimão, que recebeu um conjunto de 359 obras de temática marítima, abrangendo escultura, cerâmica, pintura, gravura, desenho, colagem, alguns dos seus instrumentos de trabalho, bem como algumas publicações e catálogos. É isso que, depois de investigado pela equipa do Museu portimonense, vai ser agora mostrado nesta mostra.

José Gameiro, diretor científico do Museu de Portimão, explicou ao Sul Informação que esta exposição tem «tudo a ver com o tema deste ano do Dia Internacional dos Museus, que é “Museus e Paisagens Culturais”. A obra de Hein Semke, ligada aos temas do mar e dos peixes, tem a ver com esta nossa paisagem cultural».

 

Hein Semke Xilogravura
Xilogravura de Hein Semke

 

Semke era um apaixonado pela Praia da Rocha, desde 1969, quando começou a frequentar a estância balnear. Isso aconteceu mais de 30 anos depois de ter deixado a sua Alemanha natal, nos anos 30 do apogeu de Hitler, trocando-a por Portugal, onde a sua arte, a sua maneira de ser e as suas ligações anarquistas também não lhe granjearam amizades entre os do regime.

No ano passado, aquando da doação, o Sul Informação falou com a viúva do artista, a poetisa portuguesa Teresa Balté, que contou que, «a partir da Primavera de 1969, e pelo menos até 1990, Hein Semke passava regularmente uma ou mais vezes por ano temporadas no apartamento que meus Pais, o médico António H. Balté e a professora Teresa Balté, tinham no Edifício Miramar, na Praia da Rocha».

«Por vezes levava papel, pincéis e aguarelas e fazia pequenos esboços, alguns dos quais, do Verão de 1969, doei ao Museu de Portimão», acrescentou.

«Dos seus 34 livros de artista, os livros “Fische – ja – Fische” (“O Pequeno Livro dos Peixes”) e “Fische und Fische” (“Peixes e Peixes”), ambos do Verão de 1969, foram talvez inspirados pela recente estadia na Praia da Rocha, naturalmente associada à memória de anteriores temporadas passadas nas Berlengas e no Portinho da Arrábida, onde acampara durante largos períodos, e ainda na Salema, em Mil Fontes e em Porto Covo – sempre mergulhando, observando a fauna e flora marinhas e associando-se à atividade dos pescadores», contou ainda Teresa Balté.

É todo esse mundo maravilhoso que será agora dado a conhecer ao público algarvio, enquanto em Lisboa, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, está patente uma outra exposição, mais biográfica e retrospetiva, do artista.

Numa recente visita feita pelo Grupos dos Amigos do Museu de Portimão a essa mostra na capital, José Gameiro chamou a atenção para uma curiosidade: a de algumas das obras de Hein Semke expostas na Gulbenkian serem gravuras feitas a partir das matrizes que estão agora na coleção do Museu de Portimão. Ou seja, as cópias estão em Lisboa, os originais no Algarve.

Mas a inauguração da exposição de Hein Semke é apenas uma pequena parte de tudo o que o Museu de Portimão organizou para assinalar o seu 8º aniversário e ainda o Dia Internacional dos Museus.

 

Corrida Fotográfica_2015_5

Assim, também para sábado, 21 de Maio, está marcada a 16ª Corrida Fotográfica de Portimão. Das 9h00 às 20h00, numa verdadeira maratona de recolha de imagens um pouco por todo o concelho, os concorrentes da Corrida Fotográfica passarão pelos diferentes postos de controlo onde irão receber a indicação dos temas a fotografar. Através das suas objetivas espera-se um renovado e atualizado olhar pelo território do município, das pessoas, atividades, vivências e aspetos do património cultural e natural.

A partir das 10h00, no Centro de Interpretação dos Monumentos Megalíticos de Alcalar, realiza-se uma sessão de arqueologia experimental. Depois, de, num workshop que teve lugar há umas semanas, a artista Sara Navarro e alguns aspirantes a artistas terem dado forma a peças de cerâmica, feitas com técnicas pré-históricas, agora será a vez de as cozer, em fogueira, usando a ancestral técnica da soenga.

Na mesma fogueira, Sara Navarro irá ainda cozer a coleção de reproduções cerâmicas feitas a partir dos originais descobertos em Alcalar e utilizadas na conservação, preparação e consumo de alimentos no Calcolítico português, há cerca de 5000 anos.

No sábado, dia do aniversário do Museu de Portimão, a programação para os mais novos tem o seu espaço e, das 16h00 às 17h00, as “Marias Conserveiras” vão estar na Oficina Educativa para contar as suas estórias sobre a fábrica e ensinar os participantes dos ateliês a construir latas de conserva muito especiais.

O programa de aniversário termina às 18h30, com uma degustação de conservas promovida pela Docapesca.

 

Fantoches da personagens históricas de Portimão

A verdade é que as comemorações do aniversário do Museu até começam uns dias antes, já na terça-feira, 17 de Maio. Nesse dia, será colocada à entrada do Museu uma mesa com 12 comensais, preparados para a festa.

Não serão os 12 apóstolos, mas sim as 12 personagens da história de Portimão, desde o Pré-Histórico de Alcalar (o Homem de Neandertal da Companheira, para já, fica de fora…), passando pelo Árabe, pelo Romano, até Manuel Teixeira Gomes. Trata-se de uma dúzia de fantoches feitos pela equipa do Museu, «uma forma diferente e divertida de assinalar o aniversário». O Sul Informação acompanhou os últimos retoques dados às vestimentas das personagens e garante que será uma mesa muito bem composta.

«A ideia é que, além das oficinas que vão funcionar no sábado, esta mesa de aniversário seja também uma motivação para as famílias e para os mais novos», disse José Gameiro.

O Dia Internacional dos Museus, assinalado a 18 de maio, tendo como tema “Museus e Paisagens Culturais”, também integra as comemorações do 8º aniversário. Nesse dia, o Museu de Portimão tem entrada gratuita.

Às 18h00, no Auditório do Museu, a “Canção da Rocha”, composta para o 1º Congresso Regional Algarvio de 1915, irá dar-se a ouvir, 100 anos depois, pelas vozes do coro do Agrupamento de Escolas Engº Nuno Mergulhão.

 

Capa Livro OLIVEIRA

Segue-se a apresentação dos livros da autoria de Carlos Osório «Fonseca Dias – Fotógrafo de Vila Nova de Portimão» e «Francisco Oliveira – Um Fotógrafo de Portimão», a cargo da professora Maria João Raminhos Duarte.

«Tendo em conta que o tema do Dia Internacional dos Museus este ano é precisamente “Museus e Paisagens Culturais”, e que uma das componentes das paisagens culturais e da sua transformação é documentada pela fotografia, estes dois livros integram-se na perfeição na nossa programação», explicou José Gameiro ao Sul Informação. Para mais porque o espólio de Francisco Oliveira, que deverá estar presente no lançamento do livro, foi doado pelo fotógrafo de 97 anos ao Museu de Portimão, que o conserva e já lhe dedicou uma exposição.

«Tudo isto faz parte da nossa identidade – e as comemorações do 8º aniversário do Museu, com todas estas diferentes facetas, acabam por constituir um mosaico», concluiu o diretor científico.

sulinformacao

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