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gala do canteA bienal cultural Monsaraz Museu Aberto, que está a decorrer desde 11 de julho na vila medieval de Monsaraz sob o lema “Memórias”, encerra com um fim de semana dedicado à Festa do Cante nas Terras do Grande Lago.

Na sexta-feira, dia 25 de julho, às 22h00, no Largo D. Nuno Alvares Pereira, atua o grupo de cante alentejano A Moda Mãe e o grupo de flamenco e sevilhanas Serva La Bari.

Neste espetáculo, integrado no Dia da Cooperação Transfronteiriça, A Moda Mãe vai interpretar composições do Cancioneiro Popular Alentejano e divulgar a viola campaniça, instrumento musical da tradição cultural alentejana.

Os espanhóis Serva La Bari vão apresentar o flamenco “Palos”, interpretado por Joaquin Moreno (cante), Francisco Morales (atualmente considerado um dos melhores guitarristas de flamenco) e Carlos Mil-Homens (percussão), acompanhados por um elenco de bailarinos que tem os professores e grandes mestres da escola do flamenco, El Maleno e Sofia Abraços. Este grupo que divulga a arte e a cultura flamenca vai apresentar o espetáculo “Aires Flamencos”.

A Gala do Cante realiza-se no dia 26 de julho, a partir das 22h00, no Largo D. Nuno Alvares Pereira. O espetáculo intitula-se “Ao Cair da Tarde” e pretende apresentar a relação íntima que o cante alentejano mantém com a comunidade e com a região, assumindo-se como parte integrante da sua identidade.

Na Gala do Cante vão estar em palco o Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz, Grupo de Cantares de Évora, Celina da Piedade e Pedro Calado.

monsarazCelina da Piedade é uma das artistas mais emblemáticas do movimento de danças tradicionais europeias e utiliza a sua voz e o seu acordeão para divulgar o património musical do Alentejo através de músicas cheias de alma e de personalidade.

Celina da Piedade tem dois álbuns editados a solo, “Em casa” (2012) e “O Cante das Ervas” (2014), e atualmente integra o grupo Tais Quais, que junta Tim, Vitorino, Jorge Palma, João Gil, Paulo Ribeiro, o contador de histórias e humorista Jorge Serafim, entre outros.

Pedro Calado, que também vai atuar na Gala do Cante, integra grupos corais e tem participado em várias gravações com António Zambujo e a Ronda dos 4 Caminhos.

A fechar o Monsaraz Museu Aberto, no dia 27 de julho, pelas 18h30, realiza-se o “Vinho do Trabalho”.

A bienal cultural Monsaraz Museu Aberto é um festival que aborda o que de melhor se faz na cultura e nas artes do espetáculo. O evento é organizado pelo Município de Reguengos de Monsaraz desde 1986 e realiza-se com periodicidade bienal desde 1998.

O primeiro fim de semana do Monsaraz Museu Aberto foi preenchido com as atuações do guitarrista, vocalista e compositor Jorge Fernando e dos seus amigos Virgul, Dino D’Santiago e Fábia Rebordão, num espetáculo intitulado “Descante”, o grupo Uxu Kalhus e a Banda da Sociedade Filarmónica Harmonia Reguenguense apresentaram o projeto “Filarmónica Extravagante”, o Grupo Coral “Estrelas do Sul”, de Portel, recriou o “Vinho do trabalho” e houve teatro com o grupo “Tít’res no Largo da Fêra”. Na abertura do festival foi apresentado o vinho “Monsaraz Museu Aberto 2014”, produzido pela Carmim.

No segundo fim de semana, realizou-se o espetáculo “Ao Sul”, com o grupo D. Laura e Vitorino, e a orquestra GuitarDrums, em conjunto com a fadista Margarida Arcanjo e o Grupo Coral do Montijo, apresentaram excertos da ópera “Carmina Burana”, de Carl Orff. O “Vinho do Trabalho” foi recriado pelo Grupo Granjarte – Grupo Feminino de Cantares Alentejanos da Granja.

 

Exposições

exposiçõesO Monsaraz Museu Aberto tem exposições patentes diariamente durante o festival, sob o tema “As Nossas Artes”, que podem ser visitadas das 10h às 13h e entre as 14h e as 23h. No Museu do Fresco pode ser apreciada a exposição anual “O Mundo Rural – uma perspetiva socioeconómica”, que retrata a vida económica e social da população do concelho de Reguengos de Monsaraz desde o século XIX.

Na Igreja de Santiago está patente a mostra “Artes e Ofícios Tradicionais”. Nesta exposição podem ser apreciados objetos e instrumentos relacionados com o vinho, os lanifícios, a olaria e os cobres, que são elementos vivos da história do concelho e constituem uma forma de reprodução material de vários modos de saber popular que contribuíram significativamente para a sua evolução social e económica.

Pelas ruas de Monsaraz pode ser apreciada a mostra de fotografia “Outros Tempos”. Desta forma é possível verificar os hábitos das diversas profissões que o campo ocupa, as práticas assentes no vestuário de trabalho, os rituais de descanso e as relações sociais e familiares que se promovem.

“Memórias D’Odiana” é a exposição produzida pelo Museu da Luz que convoca as memórias e os usos sociais do Rio Guadiana, num lugar que se perdeu para o Grande Lago Alqueva, a Luz. Nesta mostra, no espaço cénico da Torre de Menagem do castelo de Monsaraz, com uma das mais privilegiadas vista sobre o lago, que outrora foi rio, essas vivências são revisitadas através dos depoimentos dos guardadores dessas memórias, assim como das fotografias de família, que permitem observar e perceber, de forma direta, a comunhão das pessoas com o Guadiana.

O pavilhão temático “A Bolota” tem como objetivo valorizar e promover o Montado e pode ser visitado na Casa Monsaraz. Esta exposição, denominada “O Ciclo do Montado”, integra os espaços temáticos sobre o artesanato, a cortiça, o património e os sentidos, e mostra os valores naturais e culturais, os saberes seculares, as memórias e as vivências de quem habita em Portel.

A exposição “Forcados” está patente no espaço “Tertúlia Tauromáquica”. A mostra assinala com fotos e alguns objetos a primeira década de atividade do Grupo de Forcados Amadores de Monsaraz.

 

Gastronomia regional e emoções

vinho monsarazA bienal cultural propõe este ano um roteiro gastronómico com o menu Monsaraz Museu Aberto em 11 restaurantes da freguesia de Monsaraz.

Por 15 euros, os visitantes poderão degustar um menu (entradas, prato gastronomia alentejana, sobremesa, taça de vinho Monsaraz Museu Aberto ou refrigerante/água) diversificado nos restaurantes “O Alcaide”, “O Bizaca”, “Casa do Forno”, Centro Náutico de Monsaraz, “O Convívio”, “Feitiço da Moura”, “Casa Modesta”, “Sem-fim”, “Sabores de Monsaraz”, “Taverna Os Templários” e “Xarez”.

Os agentes turísticos da região prepararam diversas atividades para os visitantes desfrutarem durante o Monsaraz Museu Aberto. Assim, propõem um conjunto de “emoções”, nomeadamente conhecer o “Caminho das Oliveiras Milenares” (Horta da Moura), passeios de kartcross (Kartcross Monsaraz), visita a exposição e horta biológica (Monte do Laranjal), quinta com animais exóticos (Monte de Santa Catarina), visita a exposição de escultura, ao Museu do Azeite e prova de azeite (Restaurante Sem-fim), exposição “O pão” (Restaurante Casa do Forno), mostras de pintura, escultura e cerâmica moderna, com dois artistas a pintar ao vivo (Galeria Monsaraz) e massagem hídrica (Casa D. Antónia).

Os visitantes poderão ainda conhecer o Centro Náutico de Monsaraz e a Casa do Cante, mas também fazer observações astronómicas na Reserva Dark Sky Alqueva (Casa Saramago e Restaurante Sem-fim).

 

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