É já amanhã, terça-feira, dia 30 de Junho, que começa a segunda edição do FOrA – Festival da Oralidade do Algarve. Performances, oficinas, concertos, bailes e palestras, sempre sob o mote do património oral do Algarve vão animar a cidade de Portimão e, na quinta-feira, vai chegar a Alvor.
Marcarão presença as lenga-lengas e os trava-línguas, a história oral, as lendas, a religião popular, o sotaque e os modos de fazer que passam de geração em geração na voz das gentes do Algarve.
O FOrA constitui uma oportunidade única de ver, ouvir, participar e divertir-se numa série de eventos de entrada gratuita.
Tudo começa na noite de terça-feira, dia 30 de Junho. O convite é para ir ao Teatro Municipal de Portimão e assistir à abertura do festival, com a exibição do filme Floripes de Miguel Gonçalves Mendes.
Deixe-se encantar pela moura mas, no dia seguinte, não falte à chamada das sereias da fábrica. Pelas 18h00 de quarta-feira, o Museu Municipal de Portimão abre as portas as visitantes, que serão guiados pelas histórias de antigos operários e homens do mar.
A noite continua com um espaço de reflexão sobre a relação entre o património oral e o espaço museológico, com a participação de Maria Luísa Francisco, investigadora e delegada regional da Associação Portuguesa de Museus (APOM), Ana Patrícia Ramos, antropóloga no Museu Municipal de Portimão, e Idalina Nobre, coordenadora do grupo de trabalho de Património Cultural Imaterial da Rede de Museus do Algarve. A sessão começa às 21h00, com a atuação da Orquestra de Acordeões da Academia de Música de Lagos, dirigida por Gonçalo Pescada.
Na quinta-feira, o FOrA ruma a Alvor. O ponto de encontro é o Castelo, às 18h30. Aí podem descobrir-se os segredos e as curas para todos os males, numa oficina de mezinhas que promete atrair até os mais incrédulos.
A noite continua com a recriação de uma prática tradicional de Alvor: a descasca do milho. Escute as histórias e as cantorias, bem regadas.
A tarde de sexta-feira começa na Casa Manuel Teixeira Gomes, com um espaço dedicado aos mais jovens. Às 15h00, a clínica ASAS convida os mais pequenos a brincar com as palavras e, às 16h00, as linquintinas do Algarve surgem na voz das Nagragadas.
A partir das 17h00, o palco muda para o edifício da Antiga Lota de Portimão. Primeiro, o Grupo Canto Renascido traz o som e a poesia das vozes algarvias.
Depois, é a vez da tradição casar-se com a inovação no projeto TASA – Tradições Ancestrais, Soluções Atuais, apresentado por Sara Fernandes (ProActivetur) e Catarina Cruz (CCDR Algarve).
Às 18h30, a religiosidade popular chega ao FOrA, numa conversa em torno das crenças, superstições, orações e pragas conduzida por Margarida Tengarrinha e Conceição Cruz.
O FOrA prossegue com uma das mais tradicionais práticas do Algarve: a apanha e destilação do medronho. Às 19h30, a Confraria do Medronho partilhará as histórias por detrás do embriagante fruto e, de seguida, irá brindar-nos com um inspirado momento musical.
A música continua no FOrA. Às 21h30, as Moças Nagragadas trazem os cantares tradicionais do Algarve.
Depois, é hora de dar um pézinho de dança com Marcelo Rio no Baile FOrA. Mas a noite não acaba aqui. Já depois da meia-noite, surgem os mitos urbanos FOrA de Horas.
O sábado de FOrA começa às 17h30, na Antiga Lota de Portimão, para aprender as artes e ofícios tradicionais nas oficinas FOrA e ficar a saber como preparar o biqueirão, como deliciar a sua família e amigos com doçaria regional e como fazer os seus próprios cestos e trabalhos em palma.
Depois, segue-se a conversa sob o mote do sotaque e as expressões tradicionais algarvias. A discussão está lançada entre a professora Maria Alice Fernandes (Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve), o humorista Dário Guerreiro e o escritor Sérgio Brito.
Mais uma noite de música no FOrA. Às 21h30, os Amigos da Figueira trazem os sons mais tradicionais e, depois, o baile está aberto ao som do acordeão de Pedro Silva.
A festa não acaba aqui. O FOrA de Horas de sábado começa com as anedotas da D. Alzira – da Mexilhoeira Grande, com muito humor. E para acabar em beleza, Dário Guerreiro regressa, agora já na pele do Môce dum Cabréste, para uma amena cavaqueira.