O FIMA – Festival Internacional de Música do Algarve está de regresso depois de oito anos de interregno e chega renovado a onze concelhos da região, entre 18 de Março e 21 de Maio. Entre os 20 concertos de música erudita, além de estreias mundiais, haverá espetáculos que aliam, por exemplo, a música à gastronomia ou à multimédia.
Rui Pinheiro, diretor artístico do festival, e maestro titular da Orquestra Clássica do Sul, que é responsável pelo regresso do FIMA, explicou, em conferência de imprensa, haver a intenção que o evento «tenha um cunho internacional. Por isso, não poderíamos deixar de convidar outras orquestras internacionais. De Inglaterra, convidámos a Orquestra da Academy of Ancient Music, que é um dos mais reputados ensembles de música barroca, de Espanha virá a Orquestra da Extremadura e convidámos também a Orquestra Metropolitana de Lisboa».
Além de agrupamentos da OCS de música de câmara, o FIMA vai trazer ao Algarve «alguns dos mais relevantes ensembles» deste tipo de formação musical. Rui Pinheiro destaca o Quarteto Jerusalém, que é «um ensemble fantástico, de referência. Temos também um quinteto de sopros da Dinamarca [Carion], que vai apresentar um espetáculo imperdível, e que se mostrou muito interessado em tocar uma obra de Eurico Carrapatoso [compositor português contemporâneo]. Além de tocar, este ensemble faz todo um espetáculo de representação».
De acordo com Rui Pinheiro, houve a intenção de «oferecer outro tipo de eventos paralelos. Teremos um jantar musical, que não é somente o ato de ter músicos a tocar durante o jantar: foi delineada uma estratégia para que, para um prato de comida, haja uma música adequada». «Será uma experiência sensorial, através do gosto e da audição», revela.
Este espetáculo, intitulado “Food Symphony”, está marcado para o dia 31 de Março, no Hotel Conrad Algarve, na Quinta do Lago, sendo que a sua vertente gustativa está a cargo do chef Osvalde Silva.
O maestro destaca também a atuação do trompista Laurent Rossi, no Cine-Teatro Louletano, no dia 21 de Maio, intitulado “Uma História da Trompa”. Este será «um filme/concerto/palestra, em que Laurent Rossi vai tocar em palco 20 ou 30 instrumentos, deste búzios a trompas do século XV».
O FIMA integra a programação do 365 Algarve. Para Dália Paulo, comissária do programa, este evento promete «espetáculos únicos», à imagem do que aconteceu entre 1977 e 2009, antes da interrupção do festival, que chegou a ser considerado um dos melhores do país.
«É nosso desejo que o FIMA renovado seja um herdeiro da qualidade, espetacularidade e da diversidade da anterior versão e que reative o Algarve como um lugar onde a música erudita se alia ao território, ao património e às nossas gentes», acrescentou.
Dália Paulo expressou ainda a intenção de que «o FIMA venha para ficar por muitos e bons anos para marcar a agenda cultural regional, nacional e internacional».
Já Alexandra Gonçalves, diretora regional de Cultura, considerou que o ressurgimento do FIMA «marca o regresso a um passado feliz, que nos coloca num percurso de estratégia de afirmação do Algarve como destino turístico e cultural internacional».
Para aquela responsável, o regresso do festival representa a afirmação que «o Algarve precisa da Cultura para reforço da competitividade. Só podemos aplaudir a ousadia partilhada do regresso do FIMA por iniciativa da OCS, que anuncia num conjunto diversificado de propostas, num número interessante de 20 atuações».
O primeiro concerto intitulado “Ode à Alegria” está marcado para o dia 18 de Março, no Teatro das Figuras, em Faro. Neste dia, será estreada a obra contemporânea “Eu.Rope”, de Luís Soldado, escrita para este festival. Esta peça antecede a “Sinfonia nº 9” de Beethoven, interpretada pela OCS, com direção de Rui Pinheiro, e pelo Coro Sinfónico Lisboa Cantat e os solistas Carla Simões, Cátia Moreso, João Cipriano e Nuno Araújo Pereira.
A restante programação do FIMA, que vai passar pelos concelhos de Faro, Silves, Lagos, Tavira, Loulé, Lagoa, Castro Marim, São Brás de Alportel e Albufeira, está disponível aqui.