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O diretor-geral do Festival Terras Sem Sombra revelou hoje que o programa de 2013 já foi definido pelo responsável artístico, o italiano Paolo Pinamonti, estando agora a decorrer a análise dos artistas e orquestras a convidar.

José António Falcão confirmou à Agência ECCLESIA que a nona edição do festival de música sacra do Baixo Alentejo vai estender-se a outros locais e continuará a investir na união entre música, património e defesa da biodiversidade.

“Haverá modificações na geografia: existe uma grande pressão por parte de outras localidades que querem aderir ao festival, o que coloca o problema de termos mais pedidos do que os conseguimos satisfazer”, disse.

O responsável indicou que tem recebido convites para que os concertos ultrapassem os limites da Diocese de Beja, mas salientou que a ligação à região faz parte da “tradição” do festival: “Penso que não nos afastaremos muito dela”.

O interesse das autarquias baseia-se no relevo artístico e económico da iniciativa, dado que “grande parte do público” permanece “um ou dois dias” nos concelhos que recebem os concertos, explicou.

A Igreja Católica, que organiza o evento através do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, também sai beneficiada: “Sentimos cada vez mais que a evangelização se situa no campo da cultura e da sociedade”.

A iniciativa, cujo programa de 2013 vai ser anunciado no início do próximo ano, propõe colocar na agenda “grandes questões que se colocam à atualidade, como a sustentabilidade da sociedade e a conservação da natureza, temas abordados numa perspetiva em que o cristianismo está bem presente”, acrescentou.

A edição deste ano teve um “balanço francamente positivo”, referiu José António Falcão, que se mostrou satisfeito pela aposta na “recuperação de aspetos menos conhecidos do património musicológico europeu”.

“Estamos a devolver a um público alargado peças que nunca tinham sido ouvidas em Portugal, e mesmo em mais lado nenhum”, frisou.

O responsável destacou a estreia moderna de ‘La Betulia Liberata’, de Gaetano Pugnani, e a primeira tradução para português do respetivo libreto, assinado por Pietro Metastasio.

A execução da partitura original de um ‘Te Deum’ de Marcos Portugal e a estreia nacional de ‘Guzmán el Bueno’, poema do espanhol Tomás de Iriarte, também traduzido pela primeira vez em português, foram igualmente realçadas.

O arquiteto sublinhou a “adesão entusiástica do público”: “Em todos os concertos as igrejas encheram, e algumas tinham capacidade para mais de 700 pessoas; mesmo assim tivemos de deixar algumas centenas à porta”.

A participação em ações de defesa da natureza e a proximidade entre artistas e responsáveis do festival constituíram outros aspetos positivos.

A cerimónia de entrega dos prémios que o Festival Terras Sem Sombra atribui desde 2011 decorre este sábado, às 18h30, no auditório municipal de Grândola.

Os troféus vão ser entregues pelo secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, aos laureados nas categorias de promoção da música, investigação do património cultural e conservação da biodiversidade: a soprano grega Dimitra Theodossiou, a investigadora portuguesa Maria Helena Mendes Pinto e o biólogo espanhol Miguel Ángel Simón.

sulinformacao

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