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O filme «Zeus», ficção biográfica realizada por Paulo Filipe Monteiro, sobre Manuel Teixeira Gomes, estreia-se hoje, dia 5 de Janeiro, a nível nacional, incluindo em Portimão, terra natal do antigo Presidente da República e escritor.

O filme estreia-se numa das salas do Cineplace do CC Continente, em Portimão, tendo sessões às 16h40, 19h10 e 21h40, até à próxima quarta-feira (11 de Janeiro), com sessões suplementares às 00h05 esta sexta-feira e no sábado.

“Zeus” é o primeiro filme de Paulo Filipe Monteiro, sociólogo, argumentista e professor universitário, e conta a história de Manuel Teixeira Gomes, sétimo Presidente da República Portuguesa, figura que é interpretada pelo ator Sinde Filipe.

Este é um filme biográfico que se centra sobretudo na partida de Manuel Teixeira Gomes para a Argélia, aos 65 anos, a bordo de um navio de carga chamado “Zeus”, país onde morreu em 1941, depois 16 anos de exílio.

Foi o “gesto de liberdade, de partir e largar tudo” do antigo Presidente da República que captou a atenção do realizador, mas, à medida que foi investigando o seu percurso, as suas facetas de político reformista e de escritor de obras eróticas, ou a sua paixão pelo Islão, confirmou que a vida de Teixeira Gomes dava um filme.

«Pouca gente conhece que tivemos um Presidente da República destes, uma pessoa desta envergadura. Um presidente que tinha escrito livros eróticos, acho que é único no mundo», afirmou o realizador à Agência Lusa, em Novembro passado, quando o filme teve antestreia nacional durante a 1º Cine Atlântico: Mostra de Cinema Português de Hoje, na Terceira, Açores.

O filme demorou oito anos a ser feito, não só pela necessidade de reunir financiamento, mas também pela exigência da pesquisa, já que as biografias existentes quase não falam do tempo que o escritor passou na Argélia. «Mesmo os biógrafos do Teixeira Gomes nunca foram à Argélia, portanto em 2010 fui a Bugia, cidade onde esteve, e consegui encontrar velhotes que ainda se lembravam dele», revelou o realizador ao Correio da Manhã.

 

O filme, que conta também com interpretações de Ivo Canelas, Paulo Pires e Rita Brütt, entre outros, não foge sequer ao tema da suposta homossexualidade do escritor e Presidente da República. «Teixeira Gomes era um homem de grande sensualidade e tanto descrevia a beleza do corpo feminino como do masculino, o que lhe valeu dissabores», disse Paulo Filipe Monteiro ao CM.

No entanto, ao fim de quase uma década de pesquisa, o realizador tem uma opinião firme sobre o assunto: «acho que ele tinha essa sensibilidade, mas que nunca praticou. É a minha convicção».

A fita, que é uma coprodução luso-argelina, custou um milhão de euros a produzir (600 mil portugueses e 400 mil argelinos).

“Zeus” terá uma exibição especial hoje à noite, na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, com o elenco, o realizador e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O filme está ainda em exibição em Braga, no Cineplace Nova Arcada.

 

A história do filme:

Manuel Teixeira Gomes, criado no sul de Portugal, diante do mar, numa cultura muito árabe. No começo do século XX, é um talentoso escritor, muito sensual na sua prosa e muito livre no seus temas quase sempre eróticos.

Em 1923, é eleito Presidente da República. O filme começa nesses anos agitados: a ascensão do fascismo é o contexto dramático das iniciativas de Gomes que, apesar das constantes revoltas militares, consegue formar governos reformistas.

E, de repente, Gomes parte. Pede a demissão e procura o primeiro barco que sai de Lisboa. É um cargueiro, chama-se Zeus e parte sem um passageiro.

 

Trailer do filme:

 

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