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Uma conferência sobre falsas arribadas de embarcações espanholas e desencaminhamento do ouro em trânsito das Américas para Sevilha nas praias portimonenses, no séc. XVI, um jantar literário evocativo dos cinquenta anos da publicação de Cem Anos de Solidão, o mítico romance de Gabriel Garcia Márquez, e um passeio cultural à Sevilha Lusa ao encontro das marcas dos portugueses que aí viveram ao longo do século XVI, são as propostas do Instituto de Cultura Ibero-Atlântica (ICIA) para o último trimestre do ano.

A primeira ação, com entrada livre, a realizar em 20 de Outubro, às 18h00, no Faina/Museu de Portimão, será protagonizada por Maria da Graça Ventura (ICIA- Centro de História da Universidade de Lisboa) que proferirá a conferência “Onde pára o ouro”, sublinhando a importância do Algarve como lugar de passagem na rota das Índias Ocidentais.

Segundo a historiadora, “no século XVI, os portos naturais do Algarve e, em particular, os de Vila Nova de Portimão, eram demandados por navios espanhóis, franceses e ingleses. Uns abrigam-se dos corsários, outros tentam apoderar-se do ouro e da prata americana. Os algarvios, aproveitando-se da relação de vizinhança com a Andaluzia, estabelecem uma cumplicidade ativa com os mestres de navios procedentes da América, para desencaminhar o ouro. Tal era o festim que os monarcas filipinos nomearam feitores para combater a fraude desmesurada”.

Em 17 de Novembro, às 19h30, com inscrições prévias limitadas a trinta convivas literários, com prioridade para os seus associados, o ICIA promove no Faina um jantar literário, confecionado pelo chef Emído Freire, para celebrar os cinquenta anos da publicação de Cem anos de solidão, ao ritmo de leituras e“vallenatos”.

Conforme adiantou João Ventura, presidente da Direção do ICIA, “será um jantar confecionado com os aromas, os sabores, os prodígios e as mestiçagens que se libertam das páginas dos livros Gabriel Garcia Márquez: o aroma do doce de goiaba servido por Úrsula para celebrar o prodígio da alquimia em Cem anos de solidão. O sabor das “beringelas do amor” de Fermina Daza em O amor nos tempos da cólera. O sabor agridoce do “ceviche” caribenho. A mestiçagem de três carnes com legumes das margens do Rio Magdalena com que se cozinha o “sancocho” colombiano. As prodigiosas taças de chocolate espesso que faziam levitar os habitantes de Macondo”.

Finalmente, em 1 e 2 de Dezembro, o ICIA convida para um passeio à Sevilha Lusa, seguindo dois itinerários que atestam a presença portuguesa naquela cidade, ao longo do século XVI, visitando palácios, solares, igrejas, capelas e retábulos onde viveram, rezaram, negociaram ou criaram artisticamente famílias de nobres portuguesas, marinheiros, pilotos, mestres de navios, cartógrafos, deixando marcas, ainda, visíveis naquela cidade andaluza.

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