Uma sessão de homenagem ao arquiteto Manuel Gomes da Costa (1921-2016), que integra o lançamento de um livro e uma mesa-redonda, está marcada para quinta-feira, dia 17 de Novembro, às 18h00, no Café Aliança, em Faro.
A sessão conta com a apresentação do livro Algarve Building: Modernism, Regionalism and Architecture in the South of Portugal, 1925-1965 de Ricardo Agarez (Routledge, 2016).
Segue-se uma mesa-redonda sobre o passado, o presente e o futuro da obra do arquiteto Gomes da Costa e da arquitetura moderna algarvia, com a participação de Carlos Delgado Pinto, Gonçalo Vargas e Ricardo Agarez.
Manuel Gomes da Costa faleceu a 17 de Junho passado, aos 95 anos, em Faro.
Considerado um dos mais importantes e influentes arquitetos da sua geração no Algarve, desenhou e construiu, entre 1950 e 2002, cerca de quatrocentos edifícios na região, sobretudo no Sotavento algarvio – em Vila Real de Santo António (sua terra natal), Tavira, Olhão e Faro.
Foi um dos arquitetos homenageados em 2011, durante a iniciativa MGC- Moderno ao Sul que a Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitetos promoveu e no âmbito da qual a sua arquitetura inspirou uma exposição que itinerou pelo Algarve.
No texto de apresentação da exposição, lia-se que «foi no ano de 1953 que o arquiteto Manuel Gomes da Costa chegou ao Algarve com uma bagagem teórica repleta de novos valores linguísticos, uma nova Arquitetura que rompia com os padrões “Português Suave” do tempo do regime».
Ao longo de mais de cinco décadas de trabalho árduo, perseverante e solitário, MGC projetou e construiu centenas de obras que, além do programa habitacional mais corrente, teve também muita expressividade no âmbito do equipamento público, em que se destacam, entre outras, a Creche de Aljezur, a Colónia de Férias de Alcantarilha, o Colégio da Nossa Senhora do Alto, a Capela de Santa Luzia ou a Cooperativa Agrícola de Santa Catarina da Fonte do Bispo (nas fotos).
Fácil de reconhecer, o “estilo” Gomes da Costa evoluiu ao longo do tempo, desde uma linguagem próxima da “Escola do Porto” e dos mestres brasileiros como Niemeyer, Reidy ou Vilanova Artigas (nos anos 50 e 60) para um estilo cada vez mais pessoal e livre no fim da sua carreira como arquiteto (2002).