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Luísa Sobral vai ao Cineteatro Louletano, este sábado, às 21h30, para apresentar o seu mais recente álbum, num concerto que terá diferentes momentos e surpresas para o público.

«Este disco tem sido super divertido de tocar. Todos os concertos têm sido diferentes porque o disco tem muito espaço para o improviso e para mostrarmos a nossa criatividade. Em Loulé, temos uma surpresa preparada. Há momentos onde faço um versão de uma música que está na moda, depois há outros intimistas e outros para o público participar», confessa a artista ao Musicália|Sul Informação.

A última e única vez que Luísa Sobral esteve em Loulé foi para tocar no recém premiado Festival MED. Um concerto e ambiente que elogia e recorda com prazer.

«Foi o festival mais giro em que participei. É de uma grande simplicidade e entrega dos louletanos ao festival. É super organizado, as pessoas vão lá mesmo pela música, tem um ambiente diferente e muito familiar. Como foi dos meus primeiros, foi muito especial para mim e já lá voltei só por diversão, porque adorei. Foi no ano em que veio a Silvia Pérez Cruz», conta.

“Luísa” é o 4ª álbum da compositora e onde se atreve a experimentar novas fórmulas. Depois de, em 2014, se ter aventurado a explorar a sua meninice em “Lu-Pu-I-Pi-Sa-Pa, neste, decidiu atravessar o Atlântico e gravar o disco em Los Angeles, num registo onde as letras são, assumidamente, mais pessoais.

«Chama-se “Luísa” porque é mais autobiográfico, é onde eu escrevo mais canções sobre mim. Sinto que este é o primeiro de uma nova fase. No “Lu-Pu-I-Pi-Sa-Pa” escrevi sobre a minha infância e mais sobre personagens, neste comecei a ter vontade de escrever mais sobre a minha vida», explica.

As 12 canções de ”Luísa” foram compostas maioritariamente à guitarra e, sendo um registo pessoal, os temas dividem-se entre o português, a língua mãe, o inglês – 2ª língua – (reflexo dos anos que viveu em Nova Iorque) e até o francês, local de um retiro cultural de dois meses.

A escolha de um produtor estrangeiro pode, à primeira vista, soar a excentricidade mas, sendo uma espécie de orientador musical do artista, é uma parte importante do processo de produção e gravação do disco, mesmo quando não é um primeiro álbum.

«Quando já temos alguns discos, e este era o quarto, acho que é importante termos alguém que oiça a minha música e traga algo novo», diz Luísa Sobral.

A escolha recaiu em Joe Henry, vencedor de três Grammys, que trouxe também músicos que, dando o seu contributo nos arranjos, tornaram o disco num trabalho colaborativo.

«Achei importante ele ser cantautor e quando ouvi a música dele gostei. Não era igual à minha, mas tinha algo que eu gostava muito, por isso achei interessente esta mistura de estilos e de formas diferentes de ver a minha música», revela Luísa Sobral.

O disco foi gravado em três dias e meio, muito pouco tempo para músicos que não se conheciam. Houve temas gravados à primeira e, num deles, o português não foi entrave para que a mensagem passasse, mesmo aos desconhecedores da língua de Camões.

O resultado final é um efeito dessa parceria: “Alone” e “On My Own” são temas que ficaram no disco por sugestão do produtor e hoje são dos preferidos da artista.

Recentemente Luísa Sobral aceitou o desafio de compor uma canção para o Festival da Canção, “Amar pelos Dois”, interpretada pelo seu irmão Salvador. A canção saiu vitoriosa e vai marcar a presença no Festival da Eurovisão, em Kiev, na Ucrânia, a 9 de Maio.  «Vitoriosa? Incrível! Nunca penso nisso assim, até porque não entrámos como competição, foi superdivertido. Estávamos lá com muitos amigos», lembra a artista.

No concerto em Loulé Luísa Sobral é acompanhada por Mário Delgado na guitarra, João Salcedo nos teclados e piano, João Hasselberg no baixo e contrabaixo e Carlos Miguel Antunes na bateria.

Os bilhetes para o espetáculo custam 12 euros  para o público em geral e  10 euros para maiores de 65 e menores de 30 anos.

 

Veja e oiça “On My Own”:

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