Os Clã vão estar em Loulé este sábado, às 21h30, no Cine-Teatro Louletano, para apresentar o seu mais recente álbum, e as expetativas da banda são altas, para aquele que será um dos últimos concertos da digressão de “Corrente”. A vocalista Manuela Azevedo garante que vai ser um espetáculo «intenso» e com muitas diferenças em relação àquele que a banda apresentou em Tavira, no Verão.
Em conversa com o Sul Informação, Manuela Azevedo explicou que o concerto de Tavira «foi um concerto de verão, num recinto diferente, com um repertório mais variado, com canções de outros discos também. Até optámos por não ter cadeiras para que as pessoas pudessem saltar e dançar. Este concerto no Cine-Teatro Louletano, é num espaço mais tranquilo e intimista e o concerto vai ter quase todas as canções do novo disco, mas também vai ter canções de outros, porque gostamos de dar concertos com uma duração generosa e só este disco não chega».
O álbum corrente foi lançado em 2014 e, depois de um disco mais dedicado ao público infantil – Disco Voador, as diferenças são muitas. «Depois de um projeto inovador, como foi o “Disco Voador”, este é um álbum totalmente diferente, quase em contra-corrente, com o que foi o anterior. É um disco mais maduro, de novo com a colaboração do Carlos Tê, Sérgio Godinho, Arnaldo Antunes, Regina Guimarães e John Ulhoa, e novas colaborações do Samuel Úria e do Nuno Prata. É um território mais maduro, mais poético, sobre relações humanas e sobre o que nos liga aos outros e ao mundo».
Este é também um disco mais “rockeiro”, segundo Manuela Azevedo, que desvendou um pouco daquilo que poderá ser o concerto de sábado: «é um disco mais físico, com sons mais crus nas guitarras e na percussão, com mais energia do rock. No concerto, haverá espaço para tudo, o rock não significa que seja rápido e frenético. As canções têm a energia e a violência do rock, e uma forma mais crua de falar das coisas. Vai ser um espetáculo intenso, mas se calhar em vez de as pessoas dançarem e saltarem, vão-se enterrando na cadeira [risos]. Noutras alturas, talvez dêem um passo de dança. Há espaço para tudo», adiantou.
A receção ao álbum corrente tem sido boa por parte do público, ainda que estejamos em tempos difíceis para o “consumo” de música e Manuela Azevedo espera que, no Algarve, o mesmo aconteça. «Estamos em anos muito complicados, anos de crise, e é preciso fazer escolhas para comprar um disco, ou ir a um concerto. O espaço que existe para divulgação cultural também é pequeno. Estávamos com expetativas complicadas, mas as coisas correram bem, e tivemos, desde o lançamento do álbum, a carteira cheia de concertos. Vamos vendendo alguns discos – porque agora há outras possibilidades para ouvir música: ou através de streaming, ou as pessoas vão pirateando aqui e ali… Mas também vamos convencendo algumas pessoas a comprar os disco nos concertos que vamos dando».
Os Clã já têm uma longa carreira e várias foram as vezes em que passaram por palcos algarvios. A vocalista guarda boas memórias dos concertos e do público da região: «uma das primeiras vezes que aqui estivemos foi numa festa académica. Atuámos antes dos Xutos e Pontapés, e foi uma grande festa! O concerto de Xutos foi incrível, lembro-me que estivemos a ver em cima do palco, e tenho uma memória maravilhosa. Depois, nas diferentes digressões, atuámos em várias salas, como no Teatro das Figuras, e guardo memórias muito boas. Os algarvios são gente atenta, generosa nos aplausos, é essa a ideia que tenho», diz Manuela Azevedo.
Por fim, a artista fez um convite, através do Sul Informação, a quem ainda não decidiu se vai ao Cine-Teatro Louletano: «estamos a chegar ao final da digressão e este vai ser um dos últimos auditórios por onde vamos passar. Vai ser especial para nós e vai ser melhor com muita gente do outro lado. Se quiserem vir festejar connosco, ficaremos muito contentes», concluiu Manuela Azevedo.