Mário Laginha até nasceu em Lisboa, mas é filho de mãe louletana. Os laços que o unem à cidade são, por isso, óbvios e saíram reforçados esta quinta-feira, 27 de Julho. É que o aclamado pianista e compositor de jazz visitou a exposição “LOULÉ. Territórios, Memórias e Identidades”, no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, de onde saiu «ainda mais do louletano do que já se sentia».
O músico falou com o Sul Informação depois de visitar a exposição e o balanço era positivo. «Gostei imenso. É até comovente ver que os laços vão mais longe do que aquilo que pensávamos. Toda a exposição está muito documentada», disse.
Nesta visita, Mário Laginha teve um “guia especial”: António Carvalho, diretor do Museu Nacional de Arqueologia. «Foi muito interessante perceber que a história de Loulé acompanha a História de Portugal», disse o músico.
A exposição apresenta 504 bens culturais, provenientes de 35 dos 154 sítios arqueológicos identificados no território de Loulé, mas também uma secção dedicada às “Identidades”, com grandes e expressivas fotografias a preto e branco, da autoria do arqueólogo Pedro Barros.
Em toda a mostra, foram «muitas as coisas que me impressionaram», salienta Mário Laginha. Em primeiro: o facto de a ata de vereação mais antiga de Portugal ser de Loulé, datada de 1384, em plena crise de sucessão ao trono (1383-1385).
Depois, o facto de ter sido encontrado, no concelho de Loulé, ossos de um anfíbio carnívoro chamado Metopossaurus algarvensis, que habitou a Terra no início da Era dos dinossauros.
Além disto, o facto de se poder «tocar em alguns objetos» na exposição «é uma ideia muito feliz». «É uma maneira de nos sentirmos mais perto», disse Mário Laginha.
“LOULÉ. Territórios, Memórias e Identidades” vai estar patente até 30 de Dezembro de 2018 e até lá o músico garante que vai recomendar a visita. «Vou começar qualquer conversa a dizer: já foste à exposição de Loulé?», disse, entre risos, Mário Laginha.
Por agora, a verdade é que o músico começou a visita às 9h20, as portas abriram ao público às 10h00 e às 10h01, garante, «já estavam pessoas no Museu», o que mostra o interesse que a exposição está a gerar.
A localização também é uma «mais valia», pois o Museu Nacional de Arqueologia é no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, um dos sítios com mais turistas em Lisboa.
«Sentir a ligação do mundo, com toda a sua história, a um território é muito tocante. Até eu vou passar a olhar para Loulé de outra maneira», concluiu Mário Laginha.