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João SoaresO ministro da Cultura João Soares ainda não sabe se a verba disponibilizada pelo Governo para a área que tutela vai aumentar, diminuir ou permanecer igual, no Algarve. No entanto, o governante alerta que «o país vive uma situação de emergência» e que, por isso, «parece óbvio» que as verbas para a Cultura continuem a ser escassas.

João Soares, que visitou ontem a região, diz que não está «ainda em condições para dar resposta sobre essa matéria [fundos para a Cultura no Algarve]. Estamos em fase final de terminar o esboço do Orçamento do Estado e só quando estiver cá fora, na versão definitiva, podemos falar disso».

Mas João Soares realça que «é preciso ter consciência da situação de emergência do país. É muito séria e resulta dessas aventuras de quem pôs os mercados acima dos interesses do país, e dos interesses culturais do país».

Para o ministro, os «”BPNs”, os “Banifs”, os “BES” e todas as tragédias a que assistimos puseram o país a viver abaixo do que tinha direito, não foram os portugueses que viveram acima das possibilidades, foram os homens do sistema financeiro que arruinaram o país», acusou.

«Uma boa parte do nosso sistema financeiro “comeu” recursos que teriam sido muito mais bem utilizados na área da Cultura e na afirmação cultural do país, mas é a realidade com que estivemos confrontados até agora», prosseguiu.

Para o futuro, João Soares acredita numa mudança e espera que esta se reflita em mais dinheiro: «há, do atual Primeiro-Ministro, com quem trabalho em sintonia e concordância, uma vontade clara de dar à cultura um papel mais importante do que teve ao longo dos últimos anos. Nomeadamente, no ranking governamental, a Cultura deixou de estar no último lugar no Governo, agora é preciso que isto se traduza em atos e em recursos financeiros», pediu.

Mas, a julgar pelas palavras de João Soares, a escassez de recursos financeiros vai continuar, pelo menos, mais um ano. «Parece-me óbvio, não só a nível do Algarve, como a nível nacional. Só quem não é capaz de olhar para os números, não perceberá que estamos numa situação particularmente difícil».

 

Ministro tem «uma ligação muito forte com o Algarve», mas não sabia quem foi Ibn-Qasi

Ministro da Cultura, Dr João Soares, em Aljezur (1)João Soares esteve ontem no Algarve numa visita de trabalho onde passou pelo Rîbat da Arrifana, Fortaleza de Sagres, Igreja de Santo António, em Lagos, Castelo de Paderne e Teatro das Figuras e Teatro Lethes, em Faro.

O ministro diz que a visita foi feita «numa perspetiva de proximidade com os problemas e com as pessoas que lhes fazem face no país» e que, desde que assumiu o cargo na Cultura, «o que tenho procurado fazer é ir ao terreno falar com as pessoas, em vez de as fazer ir a Lisboa para falar comigo».

No caso da região algarvia, esta «tem um papel muito significativo na oferta cultural do país, com um património vasto e muito marcante, e com alguns espaços particularmente importantes».

João Soares realçou que «uma ligação muito forte com o Algarve» e que conhece «muito bem os problemas do Algarve, em termos culturais, e não só». Mas optou por não os enumerar.

Apesar do conhecimento sobre a região, João Soares admitiu que não sabia quem era Ibn-Qasi antes da visita ao Rîbat da Arrifana, uma aprendizagem que «fez o meu dia», revelou.

 

 

 

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