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A Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz vai dinamizar e lançar o jogo do Alquerque no âmbito das comemorações dos 500 anos do Foral Manuelino de Monsaraz.

O Alquerque era jogado no antigo Egito há mais de 3 mil anos, foi introduzido na Europa no século VIII pelos muçulmanos e está representado em lajes dispersas pela vila medieval de Monsaraz. Este ano, a autarquia pretende produzir réplicas do jogo e organizar um torneio durante o verão.

O nome Alquerque derivou de “Al-Quirkat”, sendo Quirkat um antigo jogo árabe, cuja entrada na Europa se deu com a invasão de Espanha pelos mouros. A primeira menção histórica escrita deste jogo aparece no “Kitab al-Aghani” (“Livro das Canções”), uma antologia poética da literatura árabe desde os seus primórdios até ao século IX, escrita por Abu al-Faraj Ali al-Isfahani cerca do ano 960.

No livro “Board and table games from many civilizations” (Dover, 1979) R. C. Bell afirma que o Quirkat remonta ao antigo Egito, pois “descobriram-se sete tipos diferentes de tabuleiros de jogo talhados nas grandes tábuas (pranchas) do telhado do templo de Qurnah, que foi construído cerca de 1400 a.C. Um destes tabuleiros estava incompleto, provavelmente devido a um erro no traçado de uma diagonal”.

O Alquerque é o antepassado do atual Jogo de Damas, cuja versão inicial terá surgido provavelmente no sul de França, por volta do século XII.

A vila medieval de Monsaraz ainda hoje “esconde” características do quotidiano vivido ao longo dos séculos. Uma delas é o lúdico, com o jogo Alquerque que já foi identificado em cinco lajes, uma à entrada da Porta da Vila, outra num banco em laje na rua Direita, duas no adro da Igreja de Nossa Senhora da Lagoa (Igreja Matriz) e uma no edifício dos Paços da Audiência.

A dinamização do jogo Alquerque pelo Município de Reguengos de Monsaraz é uma das iniciativas para comemorar os 500 anos do Foral Manuelino de Monsaraz. O programa anual que vai assinalar esta data será apresentado no sábado, dia 28 de janeiro, às 16h30, na Igreja de Santiago, em Monsaraz.

 

Regras do Alquerque

 

Cada jogador ocupa duas fileiras do quadrado central, completando um triângulo externo, totalizando 36 peças.

1) Colocar as peças no tabuleiro para que apenas a posição do centro fique livre.

2) Decidir quem joga primeiro, por exemplo, atirando uma moeda.

3) Cada jogador move uma peça, na sua vez, numa das direções inscritas no tabuleiro.

4) Os movimentos podem ser habituais ou de captura. No primeiro caso, a peça desloca-se para um ponto adjacente desocupado. As capturas são efetuadas quando o jogador tem uma peça junto de uma das do adversário, encontrando-se livre o ponto imediatamente a seguir. Nesse caso, a peça salta por cima da do adversário para o ponto livre e o jogador retira esta última do tabuleiro.

5) As jogadas de captura de uma ou mais peças são obrigatórias.

6) O jogador pode “comer” a peça do adversário quando reparar que ela não fez uma captura possível, sem prejuízo da sua própria jogada.

7) Quando se apresentar mais do que uma possibilidade de captura, o jogador é livre de escolher qual a peça ou a direção para efetuar o movimento. Vence o jogador que se encontre numa das três situações seguintes:

– Conseguir tomar todas as peças do adversário;

– Possuir mais peças quando for aparente que não vai haver mais capturas;

– Impossibilitar o movimento das peças do adversário.

9) Pode ocorrer um empate em qualquer altura do jogo, por acordo entre os jogadores, quando ambos têm o mesmo número de peças e se torna evidente que não vai haver mais capturas. Os empates são muito comuns.

 

Fonte: Exposição “Pedras que jogam, jogos de tabuleiro de outras épocas”, Catálogo da exposição. Abril de 2004. Org. Adelaide Carreira (Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa).

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