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António da Costa Pinheiro (de cachecol preto), com Manuel Batista, Marie Huber e Bartolomeu dos Santos (também já falecido), na inauguração de uma exposição em Tavira, em 2003

O pintor António Costa Pinheiro morreu esta sexta-feira, aos 82 anos (1932-2015), em Munique, na Alemanha, onde residia há longos anos, vítima de complicações de saúde provocadas por uma pneumonia.

Ligado há muitos anos ao Algarve, Costa Pinheiro tinha casa em Quelfes, no concelho de Olhão. É ele o autor do painel de azulejos do Mercado Municipal de Olhão.

A Câmara desta cidade informa que «a relação de Costa Pinheiro com Olhão era de tal forma intensa que, depois de o seu corpo ser cremado, o que deverá acontecer esta segunda feira, na Alemanha, mais tarde, as suas cinzas deverão ser depositadas, a pedido do próprio, em Quelfes, onde residia e tinha o seu atelier desde 1991».

Jorge Queiroz, diretor do Museu Municipal de Tavira (MMT), recorda que o artista expôs em 2003 no Palácio da Galeria/MMT, mostrando em Tavira a série “Os Navegadores”.

Dessa exposição, encontra-se neste momento na exposição “Memória e futuro “ no Palácio da Galeria o estudo preparatório de ” Vasco da Gama” que ofereceu à Câmara Municipal de Tavira.

A convite do Museu Municipal de Tavira colaborou como comissário da exposição “Passagens”, conjuntamente com Bartolomeu dos Santos, Manuel Batista e Marie Hubber (todos na foto), escolhendo cada um deles dois artistas merecedores de destaque no Algarve.

 

Breve biografia:

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Pormenor dos azulejos pintados em 2004 para o Mercado de Olhão por António Costa Pinheiro

António Costa Pinheiro nasceu em Moura a 6 de Junho de 1932.

Estudou na Escola António Arroio e foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

Encontrou dificuldades em Portugal para a sua evolução e expressão nas artes visuais, sendo também Incomodado pela polícia política da ditadura, decidindo sair de Portugal. É preso pela PIDE, em Caxias, e em 1963 foge para a Alemanha.

Em 1958, juntamente com René Bertholo, Lourdes Castro, João Vieira, José Escada, Gonçalo Duarte, Jan Voss e Christo, fundou, em Paris, um grupo de referência, o famoso KWY.

Fixou-se em Munique onde teve bastante projeção, estando representado na Alemanha em coleções públicas e privadas.

Realizou as séries “Reis de Portugal” (1964/66), “Citymobil” (1967/75), “O Poeta Fernando Pessoa” (1974/81) ou “La Fenêtre de ma tête” (1983/89).

Expôs por diversas vezes em Portugal, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (1989) e na Casa de Serralves no Porto (1990).

Em 2001, recebeu o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante.

Na retrospetiva no Centro Cultural de Belém, em 2001, foi reconhecido como um dos mais significativos artistas visuais da segunda metade do séc. XX em Portugal.

Os “Navegadores”, exposição foi apresentada na Galeria Fernando Santos no Porto, Em Setembro de 2001, apresentou os “Navegadores”, na Galeria Fernando Santos, no Porto,

“Elas e Eles” representou o último ciclo da obra do artista.

Adoeceu gravemente nos últimos anos, vindo a falecer em Munique, a 9 de Outubro de 2015.

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