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Para perceberem o que estão a ver, aos visitantes do Museu Municipal de Loulé já não basta ler as legendas nas vitrinas, porque têm agora à sua disposição a aplicação móvel (app) Histórias Escondidas, que foi lançada na sexta-feira, dia 23 de Setembro, no âmbito das Jornadas Europeias do Património.

Com esta app, vai ser possível, a todos os visitantes do Museu, reproduzir, no seu tablet ou smartphone, vídeos sobre as peças do museu, que as explicam e contextualizam.

E com a garantia de que esta aplicação é única a nível nacional. «Por usarmos triggers, em vez do tradicional QRcode, esta aplicação é única em todo o país», garantiu Mauro Figueiredo, o criador da Histórias Escondidas.

Professor do Instituto Superior de Engenharia da Universidade do Algarve (UAlg), foi o próprio Mauro Figueiredo quem propôs esta aplicação ao Museu de Loulé. Houve avanços, recuos (pelo meio, uma tentativa de financiamento do CREN, que falhou) e o que estava previsto para seis meses demorou um ano a ser feito. Ainda assim, Mauro Figueiredo mostra-se orgulhoso com o produto final.

«Esta aplicação é única no país porque usa o código trigger. Enquanto o código QR pode ser usado para associar uma ficha com informação da peça, com os triggers podemos personalizar de acordo com a imagem do museu e associar as animações tridimensionais apresentadas», explica. Assim, o que é utilizado é uma imagem, que tem a cor do museu e o padrão do museu, e não um código.

É de tablet em punho que Mauro Figueiredo vai mostrando aos visitantes do Museu de Loulé como se usa a aplicação, com esta nova funcionalidade . «Qualquer pessoa pode descarregá-la em casa, apesar de só funcionar aqui no Museu», explica.

O processo é simples: em algumas vitrinas onde estão expostas as peças há, de lado, uma pequena placa com um número. Depois de aberta a aplicação, aponta-se o tablet ou smartphone para esse número, sendo, depois, reproduzido um vídeo animado, em que é dado um enquadramento histórico de qual era o aspeto daquela peça no seu tempo ou de como era usada.

Por exemplo: uma das peças expostas no Museu de Loulé é o resto de um vaso. Mal se aponta para o número da vitrina onde está exposto surge, no equipamento eletrónico, um vídeo que demonstra a reconstrução do vaso na totalidade. A vereadora Ana Machado, que também acompanhou a visita ao Museu e o lançamento da aplicação, mostrou-se maravilhada. «Estamos a fazer história. Estou mesmo muito emocionada», confessou.

 

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A pesquisa histórica e o jogo que coloca a tradição ao serviço da inovação

Se a parte eletrónica ficou a cargo de Mauro Figueiredo, a pesquisa (e reconstituição) histórica foi da responsabilidade da Câmara de Loulé. Alexandra Pires é arqueóloga da autarquia e foi uma das pessoas a quem coube essa tarefa. A grande mais valia que aponta na aplicação é a facilidade da leitura e interpretação que vai trazer a todos os seus visitantes. «As pessoas, quando olham para os objetos que estão expostos, não conseguem associá-los logo a como eram no seu tempo», diz.

Outra particularidade desta aplicação é o facto de trazer, incorporada, um jogo: o tradicional jogo do moinho ou do alquerque, que se pode jogar em qualquer lado. «Neste, nunca se pode ficar empatado, o que é bom», diz o professor Mauro Figueiredo, entre risos. Numa das vitrinas do Museu de Loulé está exposto um original, de origem medieval, que serviu de inspiração à conceção da versão digital.

«Mesmo para as crianças este jogo é bom porque é sempre necessário dois jogadores. Logo, a criança está sempre a conviver com pessoas e não com uma máquina», explica, por sua vez, Alexandra Pires.

 

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As correções que ainda falta fazer

Rita Moreira, chefe de Divisão de Cultura da Câmara de Loulé, também não faltou ao lançamento da aplicação. Apesar de visivelmente satisfeita com o resultado final, aponta algumas correções a fazer. A primeira: o facto de o Museu não ter tablets para oferecer aos seus visitantes. «Tínhamos três, mas o professor Mauro Figueiredo notou que não possuem a tecnologia necessária para correr a aplicação», confessa ao Sul Informação.

A segunda: o facto de o número que está em cada vitrina não corresponder ao número que está assinalado nas peças. Logo, o visitante, ao chegar, vê o número 1 na vitrina, mas a peça que será reproduzida no tablet ou smartphone poderá não ser aquela que está assinalada com o número 1. «Isto causa alguma confusão e é algo que temos de reformular», diz Rita Moreira.

Ainda assim, a chefe de Divisão revela que esta aplicação vem na senda de um objetivo: «aumentar os visitantes» do Museu de Loulé. «Aumentando o público, também vão aumentar, sempre, as atividades», conclui.

 

Clique aqui para descarregar a aplicação Histórias Escondidas

 

Fotos: Pedro Lemos|Sul Informação

 

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