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CONCERTO_A4O Centro de Congressos do Arade recebe este sábado, às 21h30, um concerto da Sinfónica da ESART, sob a batuta de José Eduardo Gomes, que vai interpretar Rapsody in Blue de George Gershwin. No piano, vai estar o maestro algarvio Armando Mota, que falou com o Sul Informação sobre este espetáculo que, na segunda parte, vai apresentar a 5ª sinfonia de Tschaikowsky.

Armando Mota que, para além de pianista e maestro, colabora com a Câmara de Lagoa na programação de concertos e espera «ter um êxito aproximado daquele que tivemos em Fevereiro, com a Carmina Burana. O Algarve tem um potencial enorme, tem público para encher uma sala como o Arade».

Para concertos de música erudita deste género, o público costuma ser maioritariamente estrangeiro, algo que, para Armando Mota, está relacionado com os hábitos de consumo musical do público português. «O público português, normalmente, só quer fado e os nomes da TV. Não têm uma ideia sobre este tipo de música, não conhecem nomes como o Artur Piçarra, ou o António Rosado, nomes incontornáveis do mundo da música erudita», considera.

Este é um cenário que Armando Mota gostaria de ver alterado. «Tento lutar para que isso mude, criando concertos regulares, com artistas de qualidade, muitos deles que passam pela Gulbenkian, ou a Casa da Música. Concertos de altíssima qualidade».

Sobre as obras que serão apresentadas no sábado, «são clássicos, obras conhecidas de todos os melómanos. Temos um detalhe nos nossos concertos, todos os concertos tem um compositor, solista ou maestro português. Na abertura vamos ter o Luís Tinoco, um jovem, com uma pequena peça chamada Zapping».

A orquestra da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco tem 95 membros e «são os futuros músicos portugueses que tocam em orquestra. Já têm um alto nível, com um nível de execução elevado».

Para Armando Mota, este é um concerto «importante para os músicos, importante para a região e para a Câmara de Lagoa».

A música erudita pode ser, para o maestro, estratégica para a região. «A cultura é uma componente importante no turismo e nem toda a gente gosta de discotecas, bares e concertos de rock. Este é um público com dinheiro, e é um segmento que pode ser explorado. Os concertos são uma componente que não deve ser ignorada. Quem o fizer, não é muito inteligente», concluiu.

George Gershwin é um dos maiores compositores americanos, tendo nascido em Nova Iorque, em 1898, e morreu em 1937 em Hollywood. Tornou-se famoso com as obras “Um Americano em Paris” e “Porgy and Bess”, esta totalmente interpretada por negros.

Rapsody in Blue é a maior obra para piano do repertório americano e reflete um pouco a atmosfera da época em que foi escrita, (entre as duas grandes guerras); traduz uma simbiose do clássico e do jazz.

Os bilhetes custam 15€ com descontos para estudantes e idosos.

sulinformacao

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