Hoje e amanhã, dias 25 e 26, o projeto audiovisual «Moda Vestra» apresenta-se em Olhão e em Silves, mas em Fevereiro as atenções viram-se para a aldeia da Bordeira (Aljezur) e para Monchique, onde se estreia «EVAPORO#1», o novo projeto de arte comunitária de Madalena Victorino e do Lavrar o Mar.
Assim, no âmbito da programação apoiada pelo 365 Algarve, o Auditório Municipal de Olhão, esta noite (25 de Janeiro), e o Teatro Mascarenhas Gregório, em Silves amanhã, dia 26, recebem o espetáculo «Moda Vestra», criado pelo coletivo de artistas naturais do Algarve João Frade (acordeonista), Sickonce (eletrónica) e Ana Perfeito (artista visual).
Esta “Moda” parte das sonoridades musicais tradicionais da região, mas explora a ambiguidade entre o tradicional, o atual e as visões de futuro do Algarve. A fusão de estilos e meios diferentes que lhe confere uma identidade única é também “Vestra” – do latim “teu/tua”, pois tem o intuito de ser completada pelo público.
O espetáculo, que une o acordeão a outros instrumentos musicais, máquinas, samples ou ambientes sonoros e visuais, continua a sua jornada em Fevereiro, passando pelo Centro Cultural de Lagos (dia 1), pela Biblioteca Álvaro de Campos, em Tavira (16 de Fevereiro), e pelo Teatro Municipal de Portimão (21).
Mudando de registo, o projeto «Lavrar o Mar» está prestes a estrear nova produção. Assim, de 8 a 10 de Fevereiro, na aldeia da Bordeira (Aljezur), e de 22 a 24, em Monchique, chega o primeiro de dois espetáculos transdisciplinares e de arte comunitária, ao ar livre.
«EVAPORO#1» traz para a mesa da criação, relatos, lembranças, hipóteses, pessoas, animais e performers, para a construção de uma ficção performativa que contará com a presença ora de crianças de mundos escolares muito diferentes, ora de adultos, ora de animais.
«O cenário é ao ar livre, em espaços perdidos pela costa e pela serra, onde se conta a história de uma aldeia que se vê um dia sem habitantes e fica silenciosa. As ruas conversam consigo mesmas e os pássaros cantam nos quartos sem teto que outrora foram de meninos, de amores e de descanso depois de um dia de trabalho», explica a produção.
«EVA é a primeira mulher, e é também uma jovem égua que se evaporou do prado sem que os outros dessem por isso. PORO é o que, à flor da pele, nos liga ao interior do corpo, do coração. EVAPORO#1 é um espetáculo sobre o desaparecimento. O desaparecimento de um animal, de uma aldeia, de uma pessoa, de uma coisa, de um estado ou de uma sensação», acrescenta.
«Quando o mundo que se conhece já lá não está, como ir em busca do que desapareceu? Como transformar o desaparecido em algo que reaparece, mas com outra forma?», conclui.
Este espetáculo, com direção artística de Madalena Victorino e Joana Guerra e co-criação com Alix Sarrouy, Nicolau da Costa, Miguel Nogueira, Patrick Murys e Remi Gallet, por entre as belíssimas paisagens da região algarvia, conduz o público ao espanto e à contemplação do silêncio.
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