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oficinas de cerâmicaA exposição itinerante de rua “Quem nos Escreve desde a Serra?”, sobre a Escrita do Sudoeste, oficinas de cerâmica manual e duas abordagens de arte contemporânea sobre o tema juntam o Museu Municipal de Loulé, o Projeto Estela e o Festival de Caminhadas de Ameixial, numa viagem à Idade do Ferro, tendo como palco uma avenida de Loulé.

A exposição abre às 18h30 de sexta-feira, 18 de Março, e fica patente na Avenida José da Costa Mealha, até 18 de Maio.

As duas oficinas de cerâmica manual são promovidas pela artista Sara Navarro, sob o mote «Arte e Arqueologia». A primeira, dirigida a famílias, será no sábado, dia 19 de março, e vai explorar a modelagem de pequenas figuras em argila inspiradas no imaginário da Idade do Ferro. A segunda, para adultos, terá lugar no dia 20 e irá explorar a realização de vasos queimadores. As obras resultantes das duas oficinas serão alvo de cozedura em fogueira (soenga), durante o Festival de Caminhadas do Ameixial.

Para complementar a exposição, foram realizadas abordagens de arte contemporânea sobre o tema. Os artistas plásticos El Menau e Ângela Menezes apresentam um painel com uma pintura mural e uma instalação, no espaço contíguo à exposição.

Ângela Menezes criou uma instalação contemporânea que representa as vogais da escrita do Sudoeste (AEIOU), realizada com ferro de obra e redes de pesca reutilizadas, «que não só complementa o conteúdo da exposição, como cativa visualmente quem visita e transita naquele espaço».

Quanto à exposição itinerante de rua, que se estreou em Salir, em 2013, percorreu muitas localidades e até já esteve patente frente ao Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa, pretende «levar o espaço cultural “Museu” para fora de portas, interagindo com o espaço público da cidade, e garantir um acesso mais democrático à cultura, encontrando-se disponível em qualquer horário. Assim, pretende-se que as pessoas se apropriem e sintam este importante património cultural como sendo seu», segundo nota da Câmara de Loulé.

estela escrita sudoeste salirOs vestígios que ficaram da Escrita do Sudoeste, a mais antiga conhecida da Península Ibérica e que ainda continua a ser decifrada pelos investigadores, são um elemento central da exposição. A mostra também se debruça sobre a Idade do Ferro, revela onde habitavam, como viviam e morriam essas comunidades, que viveram na Serra do Caldeirão há 2500 anos, além de dar a conhecer os seus investigadores e os conjuntos arqueológicos conhecidos em Loulé e a importância do Museu Nacional de Arqueologia na preservação e investigação destes materiais arqueológicos.

«A escrita do Sudoeste é a voz que nos aproxima dos pensamentos e modos de vida do passado, um dos maiores tesouros da arqueologia europeia, de cariz excecional, uma imagem de marca da serra que divide o Alentejo e o Algarve e um símbolo privilegiado da herança histórica da região. Ela é, afinal, a primeira manifestação, bem caracterizada, de escrita da Península Ibérica e uma das mais antigas da Europa e que está, ainda hoje, por decifrar», salienta o Projeto Estela.

Os conteúdos da exposição «são sucintos e concentrados na transmissão das ideias principais, num discurso contemporâneo e criativo, que satisfaz mais do que um tipo de visitante, ou seja, é transversal nas faixas etárias, no nível de conhecimento e nos graus de interesse. Assegurou-se ainda que a exposição não tem constrangimentos de acessos e horário, proporcionando ao visitante uma curta duração no tempo de visita», acrescenta a Câmara louletana.

A exposição é bilingue (português e inglês), «permitindo uma compreensão dos conteúdos por visitantes estrangeiros».

Durante os meses de exibição da mostra, haverá lugar a um extenso plano de atividades, como a oficina de cerâmica da Idade do Ferro para famílias e adultos, mas também percursos pedestres pelos locais onde as estelas apareceram, durante o Festival de Caminhadas de Ameixial, visitas guiadas e diversas atividades infanto-juvenis, entre muitas outras.

A exposição conta ainda com a colaboração do Museu Nacional de Arqueologia (Direção-Geral do Património Cultural), e com o apoio das Direções Regionais de Cultura do Algarve e do Alentejo, das Juntas de Freguesia do Ameixial, Belém, Benafim, Salir, do Museu Municipal de Faro, da Direção-Geral do Património Cultural, da Lusitânia Seguros, e da Universidade de Lisboa – Faculdade de Letras.

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