Uma pia de abluções do século XII-XIII, objeto arqueológico proveniente do Museu Municipal de Arqueologia de Silves, integra a exposição “Le Maroc Medieval (1053-1465)”, que vai abrir na sexta-feira, 17 de Outubro, no Museu do Louvre, em Paris.
A pia de abluções é uma peça de acabamento vidrado e decoração estampilhada, com cronologia Almóada (sécs. XII-XIII), proveniente de escavações arqueológicas ocorridas no castelo de Silves sob a direção científica de Rosa Varela Gomes e com profundos trabalhos de restauro realizados nos serviços de Conservação e Restauro da Câmara Municipal de Silves.
O objeto já foi estudado e publicado pela arqueóloga que, todavia, lhe atribui diferente funcionalidade, e integra as reservas do Museu Municipal de Arqueologia de Silves.
Pela sua importância, este objeto integrará, assim, a exposição “Le Maroc Medieval”, onde, além de criações artísticas e cientificas de Marrocos Medieval nos seus diversos domínios, serão, também, realçados outros resultados de intervenções arqueológicas antigas e recentes, mostrando peças conservadas em museus internacionais, mesquitas e tesouros das igrejas.
Trata-se de um projeto de investigação, inédito, que permitirá fazer uma nova leitura desta parte do mundo islâmico, essencialmente visto a partir da Andaluzia, reconstituindo a essência da história de Marrocos enquanto criador de impérios.
A exposição segue uma linha cronológica, sendo cada um dos seus períodos históricos pontuados por conjuntos de informação sobre cidades, lugares de poder e capitais históricas.
Trata-se de uma espécie de itinerário histórico desde Fez a Sevilha, que nos faz percorrer Agmat, Marraquexe, Córdova, Tinmal, Rabat, mas também a caminhar desde o Sul do deserto do Sara (franja Norte da Mauritânia atual), ao Norte da Argélia e da Tunísia atuais.
O objetivo desta temática para o Louvre é explicar ao público a longa e rica história, chave da compreensão de Marrocos contemporâneo e fonte da sua modernidade. É, ainda, ocasião para prestar homenagem aos investigadores que deram início à redescoberta do seu passado e de recuperar diversas obras excecionais.
Após a exposição no Museu do Louvre, que terminará em meados de janeiro de 2015, esta peça e ainda outras duas provenientes do Museu de Mértola, serão apresentadas no Museu de Arte Contemporânea de Rabat (Marrocos), onde permanecerá em exposição de março a junho do próximo ano.