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O Prémio de Fotojornalismo 2012 Estação Imagem|Mora foi atribuído a António Pedrosa, pela reportagem Iraquianos, sobre a vida de uma comunidade de 120 pessoas de etnia cigana, do Bairro do Iraque, na vila transmontana de Carrazeda de Ansiães.

Para o presidente do júri internacional que analisou os 452 trabalhos candidatos, “esta era sem dúvida a melhor história, muito fácil de entender e contada com forte dramatismo”. Além do “profundo trabalho de aproximação àquelas pessoas”, Emílio Morenatti sublinha que o vencedor recorreu a um “estilo de fotografia muito clássico” e “trabalhou de forma perfeita o preto e branco”.

Para além do Estação Imagem|Mora, o concurso inclui seis categorias distintas. Na de Notícias, o primeiro prémio coube a João Carvalho Pina, com “Revolução egípcia”, Nelson d’Aires foi o segundo classificado, com “Sobreviventes”, e Mário Cruz o terceiro, com “Campanha eleitoral: José Sócrates”.

Miguel Proença, com “Curandeiros”, venceu a categoria Vida Quotidiana. José Ferreira foi o segundo classificado, com “Ninja”, e Rui Gaudêncio o terceiro, com “Tanatopraxia”.

Na categoria Arte e Espetáculos, Rui M. Oliveira foi o vencedor, com “Uma ‘fábrica’ de teatro”, Paulo Pimenta o segundo, com “Portugal Fashion”, e Miguel Rioppa terceiro, com “Sonar”. Tommaso Rada venceu a categoria Ambiente, com o trabalho “The last forest”, tendo o segundo prémio sido atribuído a José Antunes, por “Aves de rapina”, e o terceiro a Vlad Sokhin, por “A time of crocodiles: humans and nature clash in Mozambique”.

Para a categoria Retratos, o júri elegeu como vencedor o trabalho “Ocupações”, de Filipe Branquinho, tendo o segundo posto sido atribuído a Adriano Miranda, com “Meninos de Cabanelas”.

Na categoria Desporto, o vencedor foi Pedro Cunha, com “Surf em Portugal”, e Ricardo Meireles o segundo, pelo trabalho “CSI Porto”.

A Bolsa Estação Imagem|Mora para 2012 foi atribuída a Nelson d’Aires, com a proposta “Álbum de família – a memória de Mora, como demora a fotografia”.

A par de Emílio Morenatti, da Associated Press, o juri era ainda composto por outro fotojornalista, Pratick Baz, da Agência France Press, e três editoras de fotografia que não são fotógrafas: Marion Duran, da revista Newsweek, Frédérique Babin, ex-Le Monde Magazine, e Arianna Rinaldo, da revista de fotografia Ojodepez.

“Foi um debate intenso, nalguns casos acalorado, com diferentes pontos de vista em busca da ética do fotojornalismo, disse o presidente do júri. “Havia trabalhos com excesso de recurso ao photoshop na pós-produção, que tiveram que ser excluídos”, explicou Morenatti, que anota também o facto de entre a grande quantidade de trabalhos apresentados nada ter visto sobre a atual situação de crise.

“Os fotógrafos contemporâneos têm que fiscalizar a crise social. Têm que fotografar o que se passa em frente às suas casas. É importante sair à rua e medir isso que se passa em Portugal e na Europa atual”.

Num concurso que contou com “muito material e de muito bom nível”, o presidente do júri destaca ainda o “abuso no recurso ao preto e branco” e os “muitos trabalhos de qualidade” vindos dos países africanos de expressão portuguesa.

Esta é a terceira edição do Estação Imagem|Mora. Paulo Pimenta foi o primeiro vencedor, com uma reportagem sobre o abandono da linha ferroviária do Sabor, e Nelson d’Aires o segundo, com um trabalho sobre o caso de bullying que levou ao afogamento de um adolescente em Mirandela. A preferência do júri voltou outra vez este ano a recair sobre um trabalho realizado em Trás-os-Montes.

 

sulinformacao

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