As candidaturas ao Prémio Prémio Regional «Maria Veleda» 2015, uma iniciativa da Direção Regional de Cultura do Algarve, estão abertas até dia 30 de junho.
Alexandra Rodrigues Gonçalves, diretora regional de Cultura, explicou, em entrevista ao programa «Impressões», dinamizado em conjunto pela Rádio Universitária do Algarve (RUA FM) e pelo Sul Informação, o prémio se destina a «em vida, destacar e premiar as personalidades que têm contribuído para a afirmação dos valores da igualdade de género, da cidadania, de oportunidades, no Algarve».
Este ano, acrescentou, o Prémio Maria Veleda é lançado «mais cedo» e com «algumas pequenas alterações» no Regulamento em relação à primeira edição de 2014. «Verificámos que havia pequenos acertos a fazer, depois de analisar a edição do ano passado. Uma das inovações do regulamento é que os próprios não se podem auto candidatar. Deverá ser uma candidatura externa, através de associações, entidades, outras pessoas que não o próprio candidato», explicou Alexandra Gonçalves.
No valor de 5.000 euros e uma medalha comemorativa, o Prémio Regional «Maria Veleda» constitui-se como o contributo desta Direção Regional ao V Plano Nacional para a Igualdade de Género, Cidadania e Não-Discriminação (2014-2017) através da associação de Maria Veleda (1871-1955), nascida no Algarve, professora primária e pioneira na luta pela educação das crianças e pelos direitos das mulheres, pelos ideais de justiça, pela liberdade, pela igualdade e pela democracia.
O Prémio visa destacar uma personalidade com um percurso cultural e cívico relevante para o Algarve.
E, muito importante, o Prémio destina-se a «mulheres e homens, tem é que ser uma personalidade algarvia ou que aqui desenvolva a sua atividade, ligada à promoção da igualdade de género e da cidadania». Se não fosse também destinado a homens, ironiza a diretora regional de Cultura, «nós próprios não estaríamos a praticar a igualdade de género».
Aliás, recorda, «no ano passado, tivemos homens candidatos e espero que este ano também. Não queremos ter aqui uma visão feminista da Cultura. O que temos de fazer é promover a igualdade de género e de oportunidades e de cidadania».
Em 2014, primeiro ano deste galardão regional, a fasquia esteve muito alta com o Prémio Maria Veleda a ser atribuído a Margarida Tengarrinha. «Este ano espero que essa fasquia se mantenha, porque o Algarve merece», sublinha Alexandra Gonçalves.
É que, salienta, «há constantemente uma referência às faltas de liderança da região. Mas estas pessoas são líderes e temos de premiar essa liderança no seu meio e dar-lhe visibilidade. É em vida que se reconhece o mérito».
A diretora regional de Cultura acrescenta que o Prémio Maria Velada «foi um marco na atividade no ano passado» desse organismo, «porque também abre uma nova perspetiva para o premiar dos nossos valores humanos».
«A região, durante muitos anos, teve dificuldade em identificar as suas próprias figuras de destaque. Nós olhamos com mais facilidade para o passado, que para o presente. É fácil olhar para trás e referenciar as figuras principais da história do Algarve. Na atualidade, isso nem sempre é assim tão fácil». Ora, explica, o que queremos é «incutir essa nova visão» de que há personalidades a premiar no Algarve, «de que há que premiar a Cultura que está a acontecer. A Cultura, as Artes, o Património, em termos de valores humanos e é isso que este Prémio faz».
As propostas de candidatura ao Prémio devem ser enviadas até ao dia 30 de junho, para a Direção Regional de Cultura do Algarve.
O Formulário de candidatura e o respetivo Regulamento poderão ser consultados em www.cultalg.pt/MariaVeleda.