Sexta-feira e sábado, o azul tão característico dos dias do Algarve prolonga-se pela noite dentro, no Teatro Lethes, em Faro, a partir das 21h30. O lançamento oficial do CD «Sul Azul», resultado do projeto com o mesmo nome da Rádio Universitária do Algarve RUA FM, começa amanhã e só acabará no sábado à noite, num espetáculo em duas partes, mas com uma lógica de continuidade.
Amanhã, dia 14 de outubro, subirão ao palco do Lethes as bandas Migna mala, Nobre Ventura, Vá de Viró e Camaleão Azul. O grupo musical Santa Mouraria não vai estar fisicamente presente, mas as novas tecnologias vão permitir que participem no concerto, virtualmente.
No sábado, a festa continua com Esfinge, OrBlua, Deep: Her e com a banda «O Ludo», que apesar de não ter participado no projeto, foi convidada, devido à indisponibilidade de última hora dos Marenostrum, banda que também compôs um tema para o CD que será lançado na segunda-feira.
O projeto «Sul Azul» assentou numa ideia inédita em Portugal, onde nove bandas algarvias de estilos e percursos bem distintos foram desafiados a compor canções originais a partir do mesmo poema, o texto «Azul» de Carlos Norton.
O autor do poema e também da ideia do projeto e Leila Leiras, os principais impulsionadores do projeto, foram os convidados do programa radiofónico Impressões, que foi originalmente para o ar ontem, quarta-feira e pode ser ouvido na íntegra no sábado, às 12 horas, em 102.7 FM ou em www.rua.pt.
Nos concertos do fim-de-semana, além de se ter a primeira oportunidade de ouvir temas do CD que ainda não foram divulgados (a RUA FM está a passar na sua emissão duas das músicas do Sul Azul desde segunda-feira), todas as bandas vão mostrar mais alguns dos seus trabalhos originais. Há também um presente bem especial para os que comprarem o bilhete para os dois dias.
Uma vez que o projeto teve sempre um orçamento limitado e o dinheiro «foi todo contado ao cêntimo», quando chegou à hora de mandar fazer caixas para os CD, não havia orçamento para isso. «Assim, houve alguém que cozeu à mão 1500 invólucros para os CD», disse, a rir, Carlos Norton.
Estas «peças únicas», apenas estarão disponíveis para os parceiros do projeto e para os que comprarem bilhete para os dois dias de concertos. Mas o CD em si é gratuito e pode ser descarregado a partir de dia 17 de outubro no site da RUA FM e aqui no Sul Informação.
Os concertos deste fim-de-semana serão co-produzidos pelo Teatro Municipal de Faro, que se assumiu como um dos principais parceiros e apoiantes do projeto. Além de ceder o Teatro Lethes e os respetivos técnicos, a empresa municipal farense também vai oferecer a bilheteira. A verba arrecadada servirá para promover o CD e o Algarve fora de portas.
Os responsáveis pelo «Sul Azul» planeiam fazer-se à estrada ainda este mês, de modo a estar presentes na feira WOMEX, em Copenhaga, na Dinamarca, no final de outubro, um dos maiores certames da indústria musical da Europa. «No fundo, há centenas de expositores, entre bandas e agentes. As bandas dizem: olhem para nós, temos aqui estes trabalhos para vender. Os agentes pensam: vamos lá ver o que há para comprar», ilustrou Carlos Norton.
Além de promover o «Sul Azul» a comitiva da RUA FM, que se deslocará em apenas um carro para racionalizar recursos, vai também divulgar o Algarve. O Stand que irá ser montado terá como tema «Sul Azul Algarve» e a essência do projeto, que pretende levar o nome das bandas algarvias para além das fronteiras da região, também aponta nesse sentido.
«Ainda não é certo que consigamos fazer a viagem, dependemos do resultado da bilheteira. Como estamos neste momento, não temos dinheiro suficiente para ir», revelou.
Apesar de a base do projeto ter sido a edição de um CD e a promoção de um conjunto de temas originais totalmente Made in Algarve, já foram lançadas diversas ramificações. A presença na WOMEX é apenas um exemplo, a que se junta a «gravação em vídeo dos dois concertos na íntegra, para mais tarde se editar um DVD», bem como a possibilidade «de criar uma plataforma dentro do site do Sul Azul, o www.wix.com/sulazul/ruafm, onde outras bandas algarvias possam dar a conhecer o seu trabalho», segundo Leila Leiras.