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Fortaleza de Sagres PeqO Promontório de Sagres, monumento nacional classificado, foi selecionado, pela autoridade nacional responsável pela pré-seleção, por unanimidade, a par de Mértola Vila Museu, para a submissão de candidatura à Marca do Património Europeu (MPE), em reunião que decorreu esta sexta-feira, na Sala do Conselho do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

O projeto de candidatura do Promontório de Sagres foi apresentado pela Direção Regional de Cultura do Algarve, entidade que tutela o monumento.

A candidatura considerou, como seus objetivos, a sensibilização para a importância europeia do sítio, através de ações de informação (por exemplo sinalização, formação do pessoal, recursos Internet, etc.), a organização de atividades educativas, especialmente vocacionadas para crianças e jovens, tendentes a melhorar a compreensão da história comum da Europa e do seu património, a promoção do multilinguismo.

Outros objetivos são ainda a troca de experiência e participação em projetos no âmbito de redes de sítios distinguidos com a MPE, a promoção da visibilidade e atratividade do sítio a nível europeu, nomeadamente utilizando as novas tecnologias e os meios digitais, e explorando sinergias europeias, e ainda a organização de atividades artísticas e culturais que promovam profissionais e artistas europeus ou reforcem a ligação entre o património e a criação contemporânea.

A Marca do Património Europeu (MPE) destaca patrimónios que comemoram e simbolizam a integração europeia, os ideais e a história da União Europeia.

No ano passado, das candidaturas apresentadas por Portugal, foram aceites a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra e a Carta de lei de abolição da pena de morte, entre os 16 sítios recomendados para a atribuição da MPE.

Fortaleza-de-SagresA Direção Regional de Cultura do Algarve sublinha, em nota de imprensa, que, «após a conclusão do atual Projeto de Requalificação e Valorização do Promontório de Sagres (PRVPS), uma das principais prioridades da Direção Regional de Cultura do Algarve, com finaciamento do Turismo de Portugal e do POAlgarve 21, pretende-se manter a gestão, supervisão, e acompanhamento da Fortaleza de Sagres exclusivamente pública».

A visão a desenvolver para o Promontório de Sagres, no âmbito da Marca Património Europeu, irá «refletir a singularidade do Monumento Nacional, devido à sua importância geográfica e contextualização histórica, no âmbito da Epopeia dos Descobrimentos Portugueses».

Irá também «valorizar a oferta cultural, turística e de lazer na região do Algarve potenciando uma maior exploração dos seus recursos, dinamizando assim a procura turística».

A missão do Promontório de Sagres será, segundo aquela Direção regional, «proporcionar aos seus visitantes uma experiência única, numa perspetiva de contemplação do Monumento em todas as suas vertentes, enquadrada pedagogicamente pela História que está associada à Fortaleza de Sagres».

A proposta para o Promontório a partir de 2016, na sequência da conclusão do seu Projeto de Requalificação e Valorização, pretende «implementar um modelo de gestão sustentável que abranja o conjunto de todos os sítios visitáveis afetos à DRCAlg».

Aquela entidade acrescenta que «os valores simbólicos, históricos e físicos do Promontório de Sagres satisfazem o objetivo da MPE, que é dar visibilidade a sítios que celebrem e simbolizem a integração, os ideais e a história da Europa».

Outros patrimónios estão presentes para acentuarem a dimensão histórica da paisagem cultural, nomeadamente uma das maiores concentrações de menires do Megalitismo na Europa, só superada pela Bretanha francesa, ou a memória da Igreja do Corvo, entre os séculos VIII e XII, o mais importante local de peregrinação dos cristãos moçárabes.

ermida guadalupe4Mas a Fortaleza de Sagres não está isolada. A Direção Regional de Cultura sublinha que a história do Promontório de Sagres está «diretamente relacionada com outros bens culturais localizados no extremo oeste do Algarve, e que configuram um cluster de sítios particularmente relevantes para a história europeia».

Esses sítios são a Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe (que remete para a dimensão religiosa da epopeia portuguesa e ibérica e para o resgate de cativos nesta fronteira da Cristandade), ou a cidade de Lagos (sede do empório comercial henriquino, que recebeu os primeiros escravos negros trazidos para a Europa desde a África subsaariana – tráfico relembrado no edifício chamado «Mercado dos Escravos» e testemunhado pelos vestígios, no Vale da Gafaria, do mais antigo local de enterramento de escravos negros existente em território europeu-, povoação que em meados do século XVI, seguindo um projeto de Miguel Arruda, foi dotada com a primeira muralha abaluartada construída com preceitos modernos no território português).

São também sítios relevantes o conjunto de fortalezas da Praça de Sagres, que incluem as fortalezas de São Vicente do Cabo, de Beliche e da Baleeira, bem como um notável património cultural subaquático, que inclui os despojos visitáveis do navio l‘Océan, que testemunha um episódio da Guerra dos Sete Anos, que fazem de Sagres um destino privilegiado do mergulho cultural na Europa.

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