O Salir do Tempo – Festival de Artes Medievais volta a transformar a vila do concelho de Loulé, entre 9 e 11 de setembro, no palco de uma viagem ao passado, com uma recriação histórica do período medieval.
Com a aposta deste ano em dinamizar o evento enquanto Festival de Artes Medievais, o programa apresenta propostas nas áreas da música, teatro, dança, animação de rua ou exposições, tudo com o cunho da Idade Média, onde o visitante se sentirá interveniente na própria História, entre amanhã e domingo.
A par das artes, será recriado no local um mercado medieval, onde vários mercadores estarão presentes com as suas bancas de produtos tradicionais como o mel, cortiça, cestaria ou frutos secos, e os artesãos com os seus ofícios, a trabalhar ao vivo.
A gastronomia é outro dos pontos fortes do evento. Na área de restauração, os alimentos são servidos em tábuas de madeira e as bebidas em copos de barro, de acordo com a “etiqueta” da época. O Festival abre às 19 horas e tem entrada livre.
Programa do Salir do Tempo
Diariamente:
Strella do Dia (Música Medieval Festiva) – O grupo especializou-se numa interpretação inovadora da música alta: um termo medieval na qual a força telúrica das gaitas de foles e da percussão, bem como dos outros, adquire o seu máximo protagonismo.
Guildas Áureas – Grupo de recreadores históricos com variadas experiências e participações na área da recriação histórica medieval em Portugal e no estrangeiro e com uma paixão pela História Medieval. Recriam e explicam o que fazem, ligando o conhecimento académico à sua experiência do século XII ao século XV, com maior incidência no reinado de D. Dinis. Guildas porque recriam os ofícios que tenham existido como guildas medievais, associações de mesteres.
Los Chuplas – Espetáculo deambulatório, com personagens vindas do Reino de Los Chuplas e que vagueiam pelo mundo à procura de uma grande conquista. Amantes do mais puro néctar da uva e da cevada fermentada, eternos enamorados de mulheres alheias, Los Chuplas procuram criar momentos marcantes para os visitantes, recorrendo a uma interação muito próxima com uma forte componente lúdico-cómica.
As 3 Culturas – Projeto de carácter didático dirigido a adultos e crianças a partir dos 6 anos de idade, incide sobre as três religiões e culturas que durante a época medieval partilharam o espaço geográfico da Península Ibérica – cristãos, muçulmanos e judeus. É feita referência às similitudes das três culturas mencionadas, bem como a distintos aspetos e sectores do conhecimento desenvolvidos por essas culturas: medicina, alquimia, cartografia, misticismo, literatura, liturgia, etc.
Alcaide Fernandes – Acompanhado por um mercador, um pajem/ músico e uma bailarina com os animais (dromedários), trabalham especificamente com materiais originais como tendas de exterior, tapetes, candeeiros, castiçais de vidro e ferro, lanternas de forja, Shishas (cachimbos), mesas, puff´s, mantas, boules, tecidos, túnicas e jilabas para que na realidade tenha a completa noção do ambiente que se viveu.
Artfalco – Com a finalidade de sensibilizar e dar a conhecer a todos uma arte milenar que caíra no esquecimento, nasce a ArtFalco. Fundada por Miguel Gomes, nasce de uma paixão antiga pelo meio ambiente e pela necessidade de levar a natureza até cada um, de uma forma lúdica e interativa.
Ofícios na Idade Média – No tempo da Idade Média, o comércio era escasso e a moeda rara, sendo habitual a prática do “escambo” (troca de mercadorias por trabalho). Aparecem nesse período, as Guildas (associações de artesãos) e com elas grandes inovações, modernizando os modos de produção e acrescentando utensílios inéditos e técnicas novas aos ofícios. Aqui, são retratados alguns ofícios, tais como o sapateiro, o barbeiro, o latoeiro e o oleiro.
Associação Artística Satori – Grupo de animação de rua que apresenta um espetáculo de malabarismo, fogo e facas, em coreografias inspiradas na época medieval.
Projeto Ecos – Grupo de dança integrado no projeto social da Casa da Primeira Infância, apresenta um espetáculo que irá recriar as danças medievais.
Música
9 Setembro – Sharq Wa Garb (música medieval árabe + dança oriental)
O espetáculo Sharq Wa garb está concebido para aproximar o público às composições clássicas de Marrocos, Turquia, Síria e Egito (Samai, Wasla, Moaxaja, Mawals, Taksims…) tão formosas como desconhecidas para os ocidentais, assim como a bela música que se fazia na gloriosa época de florescimento de arte e cultura en Al-Andalus, tradição que se conservou até aos dias de hoje nos vários países do Magrebe.
10 Setembro – Cuarteto Aquitania (música medieval judaica-sefardita)
Este grupo interpreta um programa de música judaica-sefardita com instrumentos históricos. O programa que Aquitania apresenta cantado em Ladino é do género profano, que ilustra os usos e costumes desta comunidade até ao período da expulsão dos judeus em 1492. Todo este vasto espólio tem sido transmitido por tradição oral, de geração em geração.
11 Setembro – Trovas D’Amigo (música medieval cristã)
Os Trovas D´Amigo são um grupo de música especializado no repertório medieval galaico-português. Este grupo é movido pelo grande interesse estético e histórico por esta época específica. São melodias plenas de imagens e poesia que continuam atuais na sua mensagem. O repertório é constituído assim por Cantigas de Santa Maria e Cantigas de Amigo (as mais importantes fontes europeias de música medieval). Estas duas fontes proporcionam um inesgotável manancial de temas.
11 Setembro – Eduardo Ramos (música árabe)
Eduardo Ramos é cantor e toca alaúde árabes e outros instrumentos árabes. Atualmente dedica-se ao estudo e à interpretação da música medieval ibérica do século XIII, assim como da música árabe e dos judeus sefarditas do Ocidente e Oriente, sendo um dos precursores da divulgação desta música em Portugal.