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A estreia de Salvador Sobral a cantar um filme e de Júlio Resende a tocá-lo, ao piano, marcou o arranque da nova edição do Video Lucem, que decorreu, no passado sábado, no Antigo Armazém da Conserveira do Sul, em Olhão.

Cerca de 350 pessoas, entre elas Adriana Nogueira, a nova diretora regional de Cultura, encheram a sala improvisada para assistir a “O Homem dos Olhos Tortos”, de Leitão de Barros e Luís Reis Santos, um filme inacabado, de 1919, que tem por base o folhetim “O Mistério da Rua Saraiva de Carvalho”, de Reinaldo Ferreira – mais conhecido como Repórter X -, publicado na edição vespertina do jornal “O Século”, entre 1917 e 1918.

A obra foi projetada em película de 35 milímetros, num restauro feito pela Cinemateca Portuguesa.

Antes do “prato principal”, foi ainda exibida a película “A Pesca do Atum”, também de Leitão de Barros, de 1939, um filme de propaganda que mostrava como, entre Tavira e Vila Real de Santo António, se trabalhava nesta arte.

Depois, subiram ao palco Júlio Resende e Salvador Sobral, para dar som e voz ao primeiro dos filmes inacabados que compõem a programação do Video Lucem desta nova temporada.

A tarefa de musicar este filme que, de tão inacabado, acabava por mostrar os vários takes necessários para a gravação da cena, não foi fácil, conforme confessaram os músicos ao Sul Informação.

«Foi a primeira vez que fizemos algo do género e é ainda meio estranho para nós. A obra também é estranha, não tem edição», disse Júlio Resende.

Ainda assim, considerou, «foi uma experiência interessante. Acabámos por improvisar durante grande parte do filme e tocámos algumas canções do projeto Alexander Search. Conjugámos as duas coisas. Espero que se tenha encontrado uma narrativa. Tentámos interagir com o filme e dar-lhe uma nova vida».

A preparação do espetáculo passou, segundo Júlio Resende, por «ver o filme e pensar num guião. No entanto, sentimos que não era fácil construir algo muito certo, porque o próprio filme é incerto, não está acabado».

Salvador Sobral também «nunca tinha cantado um filme», como confessou ao Sul Informação. «O cinema é a minha maior paixão, a seguir à música e às línguas, e nunca tinha feito isto. Foi das coisas mais duras que fiz ultimamente. Houve muito improviso. Havia uma ou outra canção do Alexander Search, mas, o resto, improvisámos tudo».

«Foi difícil. O filme era difícil e estive ali a encher chouriços muito tempo, mas parece que as pessoas gostaram», gracejou.

De Olhão, o Video Lucem, que faz parte da programação do 365 Algarve, parte para o Palácio de Estoi, para exibir, no dia 19 de Janeiro, às 21h30, três filmes: “Something’s got to give”, de George Cukor, “Três dias sem Deus” (Bárbara Virgínia) e “O Fado” de Maurice Mauriaud. No acompanhamento musical ao vivo, estarão Filipe Raposo, Rita Maria e Ricardo Ribeiro.

 

Fotos: Nuno Costa | Sul Informação

 

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