O cartaz da Semana Académica do Algarve foi ontem revelado e Faro prepara-se para dez dias de festa junto ao Complexo Desportivo da Penha. Depois da poupanças, no ano passado, que se traduziram no cartaz mais barato de sempre, em 2016, o investimento da organização foi maior, mas Rodrigo Teixeira, o presidente da Associação Académica da UAlg, garante que não foram cometidas «loucuras».
Em conversa com o Sul Informação, Rodrigo Teixeira diz que «houve algum investimento, mas não exagerado. Queremos trazer qualidade e a qualidade paga-se, mas somos realistas e este evento tem de ser sustentável e será. Houve algum investimento ao nível da comunicação e isso vai fazer-se notar nas próximas semanas, não só em Faro como em todo o Algarve. Haverá mais investimento este ano, mas não entramos em loucuras», garante.
E, para sustentar o investimento, a Semana Académica precisa de público: «É esse o nosso objetivo, trazer muito público. É um evento de estudantes para estudantes, mas queremos cada vez mais a aproximação às pessoas da cidade de Faro e, por isso, escolhemos artistas a pensar na diversidade musical, com vários estilos. Trouxemos artistas para a faixa etária dos universitários, mas também a pensar na faixa etária seguinte, para trazer outras pessoas».
A aposta da Associação Académica foi, segundo Rodrigo Teixeira, a de criar um «cartaz equilibrado. É essa a nossa estratégia: a de não ter um dia com um orçamento gigante em relação aos outros, os orçamentos não se alteram muito».
Rogério Bacalhau quer Semana Académica mais confortável a nível de ruído
A questão não é nova e todos os anos se coloca: o ruído causado pela Semana Académica durante a noite gera queixas dos moradores da cidade.
No ano passado, os horários da música de palco foram reduzidos, mas Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, quer mais: «temos vindo a trabalhar com a Associação Académica e com a Reitoria sobre a questão dos horários e do ruído. Queremos que seja mais confortável este ano, do que foi no ano passado, ainda que, no ano passado, já tivéssemos reduzido o horário».
Para o autarca, «o divertimento não é incompatível com o civismo e com o respeito pelos outros e temos que apelar a isso. Esta é uma festa da cidade, a universidade faz parte da cidade, e ninguém saberia o que seria a cidade sem universidade. No entanto temos que compatibilizar a festa académica, com aquilo que é a vivência de Faro».
Rodrigo Teixeira, por seu lado, garante que há «uma grande preocupação com os cidadãos de Faro e não queremos perturbar as suas vidas normais. Por isso, mantemos o modelo do ano passado que resultou. Reduzimos os horários de palco das 6h00 para as 3h30, nos fins de semana, e para as 2h30 nos dias de semana. Achamos que teve impacto a medida de transferir a diversão para a Tenda Eletrónica e, assim, o som é abafado. É um modelo vencedor e em equipa que ganha não se mexe», considera.