Duas exposições da obra do artista plástico Manuel Baptista abrem em Faro, esta quinta-feira, dia 9 de Outubro. A primeira, denominada “relevos”, abre às 18h00, no Teatro das Figuras. No mesmo dia, às 19h00, na Galeria Trem, o artista algarvio dá ainda a conhecer a exposição “desenhos”.
A exposição patente no Teatro das Figuras é constituída por um conjunto de obras realizadas com recortes de tecidos, desenvolvimento da pesquisa que tem realizado em pintura e desenho desde os anos sessenta.
Nesta seleção, presente no foyer do teatro, o artista acentua a dimensão escultórica das suas obsessivas formas orgânicas ou geométricas, revelando-nos uma série de “esculturas de parede”, protegidas por caixas transparentes, em que propõe relevos recortados, talvez paisagens, para a imaginação do espectador preencher de significados.
Na Galeria Trem, o espectador tem acesso ao conjunto de desenhos do artista que são, segundo Mirian Tavares, coordenadora do Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) da UAlg, caracterizados “pela ideia de desconstrução e de recomposição das superfícies”, num “cruzamento entre a paisagem apenas sugerida e uma forte tendência ornamental” que convida a conhecer as linhas “ora robustas, ora delicadas, que preenchem o espaço em branco com as suas inquietações”.
A programação desta Galeria é gerida pela Universidade do Algarve, através de CIAC e do curso de licenciatura em Artes visuais.
Manuel Baptista é natural de Faro. Em 1957, parte para Lisboa, onde frequentou o curso de Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, curso que concluiu em 1962.
Nesse mesmo ano parte para Paris, como Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, onde residiu até 1963. Em 1968 viveu em Ravena, Itália, com uma Bolsa do Instituto de Alta Cultura. Entre 1964 e 1972, foi Professor Assistente de Pintura na ESBAL.
Em 1972, executou a intervenção plástica sobre painéis de madeira na Dependência de Sacavém do Banco Nacional Ultramarino.
Dois anos depois, 1974, participou na pintura coletiva comemorativa da Revolução de Abril realizada na Galeria de Arte Moderna, em Belém.
Em 1988 apresentou a primeira retrospetiva de desenho e pintura (1956-1988), no Convento do Espírito Santo, Loulé. Dirigiu as Galerias Municipais Trem e Arco a partir de 1990.
Realizou a retrospetiva da sua pintura (1963-1990) na Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa e uma exposição antológica em 1996, na Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, Almada.
No mesmo ano produz os primeiros estudos para a intervenção plástica na estação Quinta das Conchas, Lumiar, Metropolitano de Lisboa.
Realizou mais de três dezenas de exposições individuais e quase quarenta exposições coletivas, o artista conquistou, entre outros, o Prémio Soquil de Artes Plásticas (1970), Prémio Arus de Pintura (1982, l Exposição Nacional de Arte Moderna Arus), Grande Prémio de Pintura da IV Bienal internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira (1984), Prémio BANIF de Pintura (1993) e com a exposição antológica “Fora de Escala”, no Museu da Eletricidade em Lisboa, é galardoado com prémio da Sociedade Portuguesa de Autores para melhor exposição de 2011.