O antigo Palácio das Varandas, no Castelo de Silves, vai voltar a ser alvo de uma intervenção arqueológica, que começa hoje e se prolonga até dia 2 de Setembro, sob a responsabilidade dos arqueólogos Rosa e Mário Varela Gomes, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa.
Esta intervenção tem como objetivo retirar os estuques decorados existentes no local, tendo em vista o seu restauro e reconstituição gráfica para posterior estudo e musealização.
A equipa é constituída pelos dois arqueólogos responsáveis e contará com a presença de seis alunos e de um assistente de arqueólogo.
O projeto de musealização do Castelo de Silves, no âmbito do programa Silves Polis, pôs à vista, no setor sudeste e sob o palácio almóada existente a nascente, fragmentos de estuques correspondentes a setores de arcarias, decoradas através de incisões e de pintura, assim como porções de paredes, ornamentados com motivos de carácter epigráfico, fitomórfico e geométrico que estavam sobre pavimento do século XI.
Na altura, não foi possível, segundo recorda a Câmara de Silves, «intervencionar a totalidade da área onde os fragmentos foram encontrados, pelo que só a continuação da escavação arqueológica no local permitirá exumar a totalidade destes testemunhos evitando, assim, o seu desaparecimento devido à sujeição às diversas condições climatéricas».
O palácio das Varandas de Silves, famoso no Ocidente Peninsular, foi referido na eloquente poesia “Evocação de Silves”, de Al-Mu’tamid, o rei poeta, que recorda, com saudade, os tempos de juventude passados neste palácio.