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O filme “Aquarius”, que retrata a luta de Clara, última residente do edifício junto ao mar da Avenida Boa Viagem, no Recife, contra uma empresa, vai ser exibido esta terça-feira, dia 21 de Março, às 21h30, no Teatro das Figuras, em Faro, em mais uma sessão promovida pelo Cineclube de Faro.

A personagem principal, que é interpretada por Sónia Braga no seu regresso ao cinema, «entra numa guerra fria com a empresa», que quer construir um novo empreendimento naquele local.

«Esta tensão não só perturba Clara como torna as suas rotinas exasperantes, levando-a a refletir sobre si e aqueles que ama, o seu passado e o seu futuro», conta a sinopse.

O filme tem a duração de 182 minutos, é realizado por Kleber Mendonça Filho, que também escreveu o argumento.

Em entrevista ao jornal Expresso, o realizador disse que «quando eu escrevi o roteiro, eu não tinha a Sónia em mente. Sonhava com uma Clara incrível, sonhava que a podia encontrar nalgum lugar, mas não acreditava que ela pudesse ser interpretada por uma atriz. Tinha uma ideia um pouco amadora que talvez viesse do meu treino de curta-metragem. À medida que o roteiro foi evoluindo dei-me conta que iria precisar de uma atriz profissional. Depois chegámos à Sónia».

Tendo em conta o atual momento da política no Brasil e, apesar de a rodagem do filme ter sido anterior à crise política que o país está a atravessar, há quem encare o filme como um «documentário ao vivo».

Kleber Mendonça Filho admite as contaminações: «Eu acho que não há coincidência. Quando se parte para a escrita de um texto, e isso pode acontecer com um roteiro, um ensaio ou uma tese académica, sempre se capta algo que está acontecendo. Existe essa probabilidade. Agora, tudo o que eu não queria é que Clara pertencesse a qualquer movimento ou partido. A Clara é, isso sim, uma pessoa de contradições».

A interpretação da personagem Clara por Sónia Braga é um dos grandes trunfos do filme. O crítico João Lopes, do Cinemas da RTP, não hesita em afirmar: «Sónia Braga é brilhante na composição dessa mulher».

Por seu lado, Hugo Gomes salienta que o filme é «um retrato subliminar do estado brasileiro que, por sua vez, conserva a riqueza da cultura de Recife e imortaliza Sónia Braga como a maior das divas do Brasil. Será muito cedo para falar em obra-prima? Muito bem, arrisco em declará-lo como tal. Que venha então a primeira pedra».

«Aquarius é um pequeno milagre de exímia execução formal, com uma cenografia maravilhosamente sugestiva de vivência materializada em espaço habitacional, uma fotografia solarenga e sensual, uma banda-sonora simplesmente divinal e uma montagem que, através de transições elípticas e bizarras escolhas rítmicas, dá a Aquarius uma deliciosa idiossincrasia no panorama cinematográfico geral», escreve Cláudio Alves, em magazine-hd.com

Nesta sessão promovida pelo Cineclube de Faro, o preço de entrada é de 4 euros para público em geral, 3 euros para estudantes, e 1 euro para sócios do Cineclube.

 

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