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armazens-epac-vila-do-bispoVila do Bispo vai ter um museu, cujas obras «devem arrancar até ao fim do primeiro semestre de 2017». A ideia, explicada por Adelino Soares, presidente da Câmara de Vila do Bispo, é criar um espaço no antigo edifício dos celeiros da EPAC, que junte o espólio arqueológico, geológico, paleontológico e natural do concelho.

Em declarações ao Sul Informação, à margem da fam trip, promovida pela Região de Turismo do Algarve (RTA), ao concelho de Vila do Bispo, Adelino Soares explicou que este será mais «um espaço expositivo» e nem tanto um museu, uma vez que este último «requer uma estrutura de recursos humanos muito grande». E outros requisitos que, pelos vistos, não estão nos planos do autarca vilabispense.

Ainda assim, a grande ideia será «que os visitantes saiam de lá e queiram visitar o resto do concelho, com todo o património que temos ao ar livre», acrescentou, sorridente. E apesar de o nome deste espaço ainda não estar definido, estará relacionado com a EPAC e os antigos celeiros que ali funcionaram.

A infraestrutura terá 800 metros quadrados e o edil de Vila do Bispo conta ter o «projeto concluído até finais de Janeiro», para o poder apresentar à população nessa altura, que coincide com as festividades do município. «Queremos depois lançar a empreitada e obter o visto do Tribunal de Contas», acrescentou ao Sul Informação.

Quanto ao espólio deste espaço expositivo, «tudo o que já temos, assim como a Universidade do Algarve, já dá para fazer muita coisa», disse Adelino Soares. Entre este espólio, contam-se pegadas de dinossauro, mosaicos romanos e vestígios arqueológicos de várias épocas, segundo explicou ao nosso jornal Ricardo Soares, arqueólogo da Câmara de Vila do Bispo.

 

Vestigios romanos na Boca do Rio
Vestígios de uma villa romana na praia de Boca do Rio, dedicada à preparação de “garum”

Ainda assim, a intenção é alargar o espólio que ainda está no concelho. Uma das ideias de Adelino Soares é conseguir que as peças e material recolhidos no seu município ao longo das décadas e que agora estão em museus de todo o país – nomeadamente no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa – possam voltar para integrar a coleção do futuro núcleo expositivo de Vila do Bispo.

Para conseguir isso, o autarca diz que já está «em contacto com estruturas do Governo em Lisboa». No entanto, sem que exista um verdadeiro Museu naquele concelho da Costa Vicentina, ou seja, sem uma estrutura que cumpra os requisitos mínimos, será difícil que o espólio volte.

Mas Adelino Soares está confiante e salienta que, na futura estrutura, nem a fauna e a flora ficarão esquecidas, uma vez que «em Vila do Bispo existem espécies únicas».

Para que a obra se concretize, é importante garantir financiamento comunitário do CRESC Algarve 2020, que «se poderá estender até 1 milhão de euros», revelou Adelino Soares ao nosso jornal. Este financiamento «vem de alguma forma garantir que o equipamento terá o seu início e conclusão de forma tranquila», acrescentou.

«Não tenho dúvidas de que este será um equipamento muito visitado». E que até contribuirá para aumentar a atratividade do concelho onde se situa o monumento nacional mais visitado do Algarve – a Fortaleza de Sagres – e, sobretudo, para tornar mais longa a estadia dos visitantes. «Não queremos que as pessoas venham cá visitar-nos só um dia, mas várias vezes, para sentirem como este território é único e extraordinário», conclui o presidente da Câmara de Vila do Bispo.

sulinformacao

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