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O português Paulo Gonçalves, com a sua moto quase submersa na travessia de um rio, antes de a 1ª etapa ser cancelada
O português Paulo Gonçalves, com a sua moto quase submersa na travessia de um rio, antes de a 1ª etapa ser cancelada

A primeira etapa do Dakar2016 foi este domingo cancelada devido às «condições meteorológicas extremas» no percurso, na Argentina, que impediram a deslocação do dispositivo de segurança para a região onde decorria a jornada, anunciou o diretor da prova Etienne Lavigne.

Segundo o comunicado divulgado pela organização na página oficial do Dakar2016, «o dilúvio que caiu nas primeiras horas deixou o percurso irreconhecível. Vários rios formaram-se ao longo da especial, inundando a pista e tornando-a intransitável. Para piorar a situação, as aeronaves não foram capazes de descolar devido às grossas nuvens baixas, deixando ao diretor de prova Étienne Lavigne apenas uma opção realista»: cancelar a etapa, quando já estava a decorrer.

«O Dakar não pára quando chove, mas sim quando não se pode garantir o dispositivo de segurança habitual. As condições meteorológicas são muito más. O avião [que assegura as comunicações via rádio] não pode voar, os helicópteros não podem descolar e a situação não vai melhorar», disse Etienne Lavigne, em declarações à AFP.

A partida do troço cronometrado, prevista para as 7h00 locais, tinha sido inicialmente atrasada devido ao mau tempo, que obrigou mesmo o helicóptero da direção a pousar a cerca de 60 quilómetros do local.

A organização aguardava uma melhoria das condições ao final da manhã, mas acabou por cancelar a etapa, pelo que a caravana vai ser redirecionada, através de um percurso alternativo de ligação.

etapa 1_inundações_1A organização explica, no comunicado divulgado na sua página da internet, que os concorrentes vão agora para Villa Carlos Paz, de acordo com as regras de ligações entre etapas. As motos e os quads vão fazer esse percurso de ligação em comboio, enquanto os carros estão autorizados a viajar por conta própria.

Os camiões não tinham ainda partido do acampamento em Rosario, por isso estão a dirigir-se para o local onde deveria terminar a etapa de hoje seguindo a rota para os veículos de assistência.

Escusado será dizer que não houve alterações na classificação e o início da 2ª etapa será amanhã feito com base nos lugares no final do prólogo de ontem: Joan Barreda (Honda), Ruben Faria (Husqvarna) e Helder Rodrigues (Yamaha), respetivamente 1º, 2º e 3º sairão à frente nas motos, e Bernhard ten Brinke (Toyota) será o primeiro carro.

Ruben Faria salienta que, «com a anulação da etapa, fizemos cerca de 500 quilómetros em alcatrão, debaixo de chuva torrencial. As previsões para amanhã continuam a ser de chuva».

O cancelamento da etapa deste domingo obriga o piloto algarvio e a sua equipa Husqvarna a repensar a sua tática: «com a anulação da etapa a nossa estratégia terá de ser revista», acrescenta Ruben.

A etapa de amanhã, que ligará (espera-se) Villa Carlos Paz a Termas de Río Hondo, será complicada, para dizer o mínimo. Uma secção inicial de ligação de 70 km levará os competidores para o início da segunda especial, a mais longa da edição de 2016.

Com 510 km de pistas simples, mas rápidas no menu para os carros e camiões, e 450 km para as motos e quads, poderão surgir as primeiras diferenças entre os favoritos em cada categoria. O fim da especial encontra-se a cerca de 250 km de Termas de Río Hondo.

Este ano, devido à intensificação do fenómeno meteorológico El Niño, a América do Sul tem sido fustigada por mau tempo, razão que até levou o Chile a retirar-se da organização do Dakar de 2016.

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