O português Hélder Rodrigues (Honda) foi hoje o 3º classificado na quinta etapa do Dakar2014, num dia marcado pela desistência do também luso Paulo Gonçalves (Honda), campeão do Mundo de todo-o-terreno.
Da especial de hoje, entre Chilecito e Tucumán, apenas se correram os primeiros 211 quilómetros, uma vez que a segunda secção foi anulada por motivos de segurança, quando alguns motards já apresentavam sinais de fadiga extrema e desidratação.
O vencedor do dia foi o espanhol Marc Coma (KTM), que, com esta vitória na etapa, também assumiu o comando da Geral.
Coma tem agora uma vantagem de mais de 41 minutos sobre o 2º da Geral, Joan Barreda, que hoje deixou a liderança depois de se ter perdido, juntamente com outros pilotos, como o chileno Francisco “Chaleco” López (KTM) ou o francês Cyril Despres (Yamaha).
Nesta quinta etapa, o segundo melhor português foi Pedro Oliveira (Speedbrain), em 14º, logo seguido de Bianchi Prata (Husqvarna), em 15º.
Mário Patrão, por seu lado, terminou a etapa em 41º, tendo hoje efetuado mais uma etapa de esforço na edição de 2014 do Rali Dakar. Pela segunda vez a participar na mítica prova de Todo-o-Terreno mundial, o piloto de Seia tem sido vítima de diferentes azares que o têm afastado de um percurso assinalável na América do Sul.
Já no quinto de catorze dias de prova, Mário Patrão partiu na cauda do pelotão para uma etapa que marcava 527 quilómetros de cronómetro, mas que, no final, depois de extremas dificuldades, acabou reduzida a apenas 211.
“Depois de no dia anterior ter feito uma etapa sem radiador na minha mota, o que obrigou a ter de parar de 30 em 30 quilómetros para abastecer água e rodar a baixa rotação, hoje tive de partir muito atrás e seguir no imenso pó dos meus adversários. Acabei por ter ainda um problema num dos tubos de gasolina, o que me obrigou a parar algum tempo para reparar, e no final não fui tão feliz quanto esperava. Mantenho-me em prova e isso é o mais importante, vou dar o meu melhor até ao Chile para melhorar o resultado do ano passado”, referiu o piloto da RR Motos, Suzuki e Crédito Agrícola.
Na Geral, o melhor português é Hélder Rodrigues, que já entrou no Top10, sendo 10º, seguido de Pedro Oliveira (24º), Bianchi Prata (25º) e Mário Patrão (36º).
Para o cada vez mais reduzido contingente português, o dia foi marcado pelo abandono de Paulo Gonçalves (Honda), depois de a sua moto ter sido consumida pelas chamas ao km 143. O piloto português escapou ileso.
“Estou desolado, muito triste por ver terminada a prova desta maneira. Estávamos a fazer uma boa etapa, seguia na liderança e estava determinado a vencer. A uma dada altura dei pela mota em chamas, parei de imediato e fiz de tudo para parar o incêndio. Não foi possível. Senti-me impotente, já não havia nada a fazer. Assim terminou o meu Dakar”, declarou Paulo Gonçalves no final do incidente.
O piloto da Honda HRC fez o balanço daquela que foi a sua oitava participação no Rali Dakar: “Estava a ser um Dakar muito difícil, entrei bem mas depois tive os problemas da terceira etapa, que já estava disposto e a conseguir recuperar. Infelizmente já não posso continuar em prova, mas o Dakar é isto mesmo! Vamos trabalhar para começar a preparar no próximo”.
Esta sexta-feira, corre-se a sexta etapa, uma ligação de 437 quilómetros para as motos, 400 dos quais cronometrados, entre Tucumán e Salta.